Conferência de Imprensa - Jorge Jesus.

Como sempre acontece em vésperas de jogo, Jorge Jesus compareceu perante os órgãos de comunicação e comentou os últimos acontecimentos em redor do clube.

Os novos jogadores entretanto contratados foram o tema central da conversa, falando Jesus num "equilibrar do plantel":

"Nós programamos ter um número de jogadores a rondar os 25, 26 jogadores, e portanto como saíram 14 jogadores, nós procuramos atingir esse número para fazer parte do leque de jogadores que nos vão dar o equilíbrio e também a confiança de qualidade em relação às 4 provas que nós temos que disputar", afirmou o timoneiro da nau azul. Imediatamente acrescentou que "É dentro dessa ideia das 4 provas que teremos que disputar que nós queremos formar um plantel de 26 jogadores. No ano passado tínhamos 30 jogadores...".

Quanto aos jogadores recentemente contratados e aos que ainda virão, Jesus não quis chamar-lhes "reforços": "Só serão reforços se chegarem ao Belenenses e forem melhores dos que já cá estavam. Ai podem ser reforços, mas neste momento são jogadores com as mesmas possibilidades que outros, e não os vejo como reforços". Mais: "Os jogadores quando têm qualidade servem os objectivos que o Belenenses traçou para este ano, para as 4 provas em disputa."

Referindo-se as entradas no plantel até este momento, Jesus não hesitou quando afirmou que "se fizermos uma análise à pré-época sentimos que um ou outro jogador se revelou, como o caso de Roncatto, que se destacou, e até mesmo em relação ao próprio Gabriel Gomez: são jogadores que podemos dizer que entraram no 11 e esses são reforços. Os outros também são reforços, mas dentro de um certo prisma, que é jogar nos primeiros 11 - qualquer jogador só passa a ser reforço se jogar à partida."

Questionado acerca de saber, por exemplo, se Nivaldo, quando chegou, "pegaria de estaca" e se algum dos novos jogadores recentemente chegados poderiam fazer o mesmo, Jesus proferiu ser "difícil poder dizer de forma concreta e objectiva que seja assim. Agora eu tenho a noção e sei quais são os níveis individuais dos jogadores que interessam ao Belenenses. Isso é que faz a diferença dos treinadores. Alguns contratam jogadores mas não têm a noção da equipa onde estão. Se a SAD e o meu presidente me der uma prenda, ele sabe que eu vou ter um jogador que vai pegar de estaca. Mas isso é entre mim e ele."

Fugindo à pergunta acerca de quem poderia essa "prenda", Jesus preferiu falar dos jogadores que já cá estão, jogadores "que jogam no Brasil mas ninguém os conhece, só eu é que os conheço. Jogam no segunda ou na terceira divisão. No caso do Weldon, é um jogador que já conheço à 5 anos e que pretendi levar para o Guimarães. Todos estes jogadores que nós trazemos são jogadores muito jovens e com pouco nome, jogadores oriundos de clubes muito pequenos." Ainda assim, Jesus afirma que "por vezes surpreende as pessoas com a qualidade destes jogadores..."

Sendo o mercado brasileiro a grande fonte dos jogadores chegados este ano ao Restelo, Jesus foi questionado acerca da não aposta nas divisões secundárias portuguesas. Nestas, afirmou, "também há jogadores de qualidade, mas no Brasil existem 175 milhões de habitantes, onde se nasce para jogar à bola, onde para além dos campeonatos nacionais existem campeonatos estaduais tão competitivos como em muitos países da Europa, todos os dias surgem novos valores. É diferente. Nós em Portugal fazemos milagres, e os próprios adeptos esperam milagres quando os clubes portugueses jogam nas competições europeias contra clubes com orçamentos substancialmente maiores. O Real Madrid por exemplo tem 400 milhões de euros de orçamento anual. O Belenenses, por exemplo, tem 5 milhões..."