Que mais irá acontecer?

Depois de tudo o que se tem passado no Restelo nas últimas semanas, desta feita foi José Anes, presidente da Comissão de Gestão do Belenenses, a demitir-se (suspender funções) alegando motivos de saúde.

No entanto, as razões do abandono poderão estar ligadas à ausência dos dois administradores, Cabral Ferreira e Ricardo Schedel, de uma reunião marcada para ontem à tarde com intenção de ser reformulada a constituição da SAD azul.

Segundo A Bola, "José Manuel Anes teria tudo preparado para ser assinado em acta a saída dos dois responsáveis da SAD, mas estes acabaram por não comparecer ao encontro, facto que muito lhe terá desagradado. João Gonçalves e Jaime Monteiro, antigos administradores, eram os nomes equacionados para a sucessão no comando da sociedade desportiva".

As divergências do professor Anes com o eng. Cabral Ferreira ficaram evidentes aquando da demissão do presidente do Belenenses, expressando a carta de demissão essa realidade. Em certa passagem pode ler-se: "deixe-me um lamento, «falou (José Anes) com a Direcção e a Oposição.» Com o presidente não falou, com a maioria da direcção também não. Restam muito poucas pessoas com quem possa ter falado."

Em relação ao seu futuro, Cabral Ferreira declarou que se iria entregar "exclusivamente à SAD, durante o prazo necessário...", ou seja, não expressou qualquer data concreta para a sua saída. De resto, em recente entrevista Cabral Ferreira negava que sua saída pudesse acontecer a 31 de Janeiro, data que em termina o prazo de inscrição de novos jogadores.

Perante a auto-suspensão de José Anes e segundo os estatutos do clube, seria Jorge Coroado a assumir a liderança da comissão.

Todavia, o Record refere que "o antigo árbitro também se deve demitir, a exemplo, aliás, de João Neves, presidente do Conselho Fiscal".
O periódico desportivo noticia ainda que "o Conselho Geral vai reunir-se de urgência na próxima semana para tentar encontrar uma solução e evitar que o poder caia na rua. Uma saída possível é a criação de uma junta directiva, o que já aconteceu em 1919, 1967 a 69 e 1990 a 91".

Embora toda a situação seja difícil de interpretar, o que se passa realmente é uma luta pelo poder ou, se se quiser, uma relutância patológica em abandoná-lo.

Tal como o Belém até Morrer tinha deixado expresso no passado dia 21 de Janeiro, o eng. Cabral Ferreira havia sido "obrigado" a demitir-se, fazendo-o contra a sua vontade. Nomeadamente alguns dos vice-presidente e também o prof. José Anes pretenderam evitar que fosse convocada uma Assembleia-Geral Extraordinária que tinha como intenção convocar eleições antecipadas.

O eng. Cabral Ferreira não entendeu as coisas dessa forma, e revelou-o aquando da sua carta de demissão (21 de Janeiro):
"A minha postura quinta feira passada, e até hoje seria de me "sacrificar", para bem do Belenenses, mas neste momento não há a mínima solução e não posso adiar mais que as 18h30 de hoje".

Cabral Ferreira revelou posteriormente nada ter tido que ver com o comunicado original (17 de Janeiro) no qual a sua demissão foi apresentada e justificada com motivos de saúde. De resto, na sua carta de demissão, Cabral Ferreira nunca menciona motivos de saúde.

Que mais irá acontecer?

Fontes:
  • A Bola
  • Record
  • Artigo Belém até Morrer


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