Intervalo...

Uma derrota é uma derrota, e nunca é bom perder. Todavia, a derrota de hoje de Munique é simplesmente parcial, visto a eliminatória se encontrar a meio. E o importante era precisamente levar a eliminatória para o Restelo.

E assim foi.

Com Gabriel ausente, Jesus foi praticamente obrigado a jogar com 3 centrais, estratégia que se revelou certíssima, tendo sido grande parte do poderio dos bavaros eliminado com as ajudas dos centrais nas faixas. Ainda assim, Candido teve sempre mais dificuldades que Rodrigo Alvim, representando o cartao amarelo um perigo que Jesus nao quis correr - Amaral revelou-se eficaz a defender nos segundos 45 minutos e ainda arriscou algumas subidas ao meio campo adversário.

De resto, toda a equipa funcionou quase na perfeicao a defender - grande entreajuda e espirito de combate de todos os jogadores - eficácia essa que nao foi completamente acompanhada pelos médios criativos e pelos avancados.

Zé Pedro entregou-se à luta mas revelou-se pouco preciso em termos de passe, encontrando-se Silas claramente em dia nao. Adornar o jogo nem sempre é o mais eficaz (quase nunca o é, diria) e Silas nunca soube ler o jogo convenientemente - o golo bavaro resulta de uma falha sua.

Também os avancados - Evandro e Roncatto - nunca conseguiram desequilibrar, sendo praticamente nulas as tentativas de remate; excepcao para o remate de Roncatto na segunda parte que obrigou Kahn a defesa mais ou menos difícil.

Nao obstante, a equipa revelou-se extremamente competitiva, tendo mesmo dominado as operacoes em certos períodos do jogo.

Depois de um início algo nervoso, o 5x3x2 azul conseguiu impedir o Bayern de construir jogo em qualidade, logrando mesmo ter alguma posse de bola a meio campo, realidade que ainda assim nao teve consequencias práticas ao nível do perigo efectivo.

Depois da saída de Silas e da entrada de Fernando no início da segunda parte, o Belenenses passou a jogar o jogo pelo jogo, ou seja, teve mais posse de bola no meio campo adversário. A sensacao de poder marcar foi inclusive grande em determinados momentos, mas o último passe nunca saiu de forma decisiva.

Já com Joao Paulo nas 4 linhas, Roncatto passou a alinhar pela direita, posicao para a qual nao se encontra rotinado - que jeito teria dado Mendonca, poder-se-ia dizer, mas o angolano nem no banco se sentou.

Seja como for, já muito perto do fim Hugo Alcantara dispara para o que poderia ser o golo do empate, mas a bola é interceptada por um defesa.

Fora das 4 linhas, o clima de festa antecedeu em muito a hora do jogo, encontrando-se a Marienplatz desde a hora do almoco pintada de azul. Os belenenses nao eram muitos, mas eram certamente bons. Ainda assim, nova desilucao ocorreu quando chegaram os adeptos que viajaram hoje com a Cosmos. Eram somente cerca de 40, o que significa que, tal como ontem, o aviao veio quase vazio. A ganancia nao compensou... e centenas de belenenses que pretenderam fazer a viagem ficaram em Portugal. Tudo terá que ser diferente de futuro.

Para além deste facto, os cerca de 150 belenenses ficaram divididos, metade na central na zona dos convites e os restantes no terceiro anel - Fúria Azul incluida. Seja como for, uns e outros nunca deixaram de apoiar, sendo inumeras as ocasioes em que se ouviu entoar o nome belém no estádio - a alienz arena é impressionante e encontrava-se praticamente cheia (64 000 espectadores).

Dia 4 de Outubro será o grande dia em que o nosso Belenenses poderá fazer história: todos nao seremos demais.