Ecos do Restelo
A sessão de treino vespertino de ontem, no estádio do Restelo, voltou a confirmar que Jorge Jesus deverá abandonará o esquema táctico de 4x3x3 que utilizou em Alvalade, regressando ao 4x4x2.
Com Weldon "completamente" integrado na equipa - o avançado oriundo do sport Recife chegou com ritmo de jogo -, preve-se no Belenenses uma dupla de ataque brasileira que se presume mortifera, com Roncatto a beneficiar imenso dos espaços que o seu compatriota lhe proporcionará (na época transacta Dady, em 4x3x3, marcara somente três golos, cifra que quadriplicou com a chegada de Garcés e com a consequente alteração táctica para 4x4x2).
O treino desenrolou-se praticamente a campo inteiro, sendo caracterizado por uma grande entrega de todos os jogadores. Em certos momentos, a sessão assemelhou-se inclusive a um jogo oficial, com muitas faltas originadas pela ânsia dos defesas de conquistar a bola - neste capítulo destacou-se Cândido Costa, que chegou mesmo a disputar dois lances com João Paulo Oliveira que deixaram o brasileiro deitado no relvado com algumas queixas (curiosamente, no final do treino, Cândido, sendo o excelente companheiro que é, pediu desculpa ao colega dando-lhe dois beijinhos nas faces).
Todavia, a grande preocupação da tarde acabou por recair em Hugo Leal, que sozinho voltou-se a lesionar. O médio internacional português saiu das quatros linhas a coxear, sendo difícil avaliar a gravidade da lesão - que poderá ou não ser impeditiva em relação ao jogo de Domingo.
Com Gabriel ainda ausente da sessão, o grande regressado ao treino conjunto foi Ruben Amorim, encontrando-se o internacional sub-21 completamente recuperado. Curiosamente, poucos segundos após Hugo Leal abandonar o treino (e sem a presença de Gabriel), Jorge Jesus fez avançar Cândido para médio interior direito, enquanto Amaral ocupava a posição de lateral. Circunstancial ou não, surge como uma possibilidade o regresso de Cândido ao meio-campo, actuando assim a equipa de forma muito semelhante ao que se verificava na época passada. Atente-se a este 11: Marco Gonçalves, Amaral, Rolando, Hugo Alcântara e Rodrigo Alvim; Ruben Amorim, Cândido Costa, Zé Pedro e Silas; Roncatto e Weldon.
Qualquer semelhança não é pura coincidência: o forte meio-campo, essencial no sucesso da época passada, era totalmente recreado; na defesa registaria-se somente a ausência de Nivaldo e o ingresso de Hugo Alcântara; no ataque novamente uma dupla, desta feita constituída por dois brasileiros de muita qualidade: Roncatto e Weldon.
Estará aqui a chave do sucesso azul?
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