Quiosque Azul.



Jorge Jesus
"NÃO VAMOS JOGAR OLHOS NOS OLHOS" - Fonte O Jogo.

Que não se espere um Belenenses destemido hoje à noite no Riazor.

Jorge Jesus tem os pés bem assentes no chão e, frente a um dos mais poderosos emblemas do mundo, vai pedir aos seus homens para entrarem em campo com cautela. “Que o Belenenses faça um jogo equilibrado e possa ter um resultado confortável. E, quando digo confortável, passa por não perder o jogo, até porque não sou lunático ao ponto de dizer que vamos jogar olhos nos olhos”, afirmou o treinador do Belenenses ontem de manhã, após um treino à porta fechada que, precisamente, foi o último antes da partida para a Galiza. “Nem o Real Madrid vai permitir isso… Aqueles jogadores têm grande qualidade de jogo, principalmente sem bola. Driblar, dominar a bola, todos o fazem – agora, uns fazem-no a cem à hora e outros a dez à hora”, complementou, sobre uma partida que traz “prestígio e identidade, até porque o encontro vai ser transmitido para Espanha e outros países da Europa”.

O treinador comentou ainda o actual momento da equipa, que considera “a 50 ou 60 por cento” do que pode fazer. As ausências de Dady (lesionado) e Garcés (transferido), sobretudo, levam-no a dizer que “o onze do ano passado era mais forte do que o desta altura”, embora este plantel não esteja ainda completo. Longe disso – é que são aguardadas novas entradas. “Espero vir a ter dois ou três novos jogadores. No máximo três, no mínimo dois”, informou Jesus, prometendo, ao mesmo tempo, que os potenciais interessados em Dady não serão, para já, bafejados pela sorte. “O Dady não sai, nem por dez, nem por 20, nem por 50 milhões”, disse, um pouco irado, até, com os constantes rumores sobre emblemas atentos ao cabo-verdiano. Quanto ao número de atletas que pretende para o grupo de trabalho, Jorge Jesus mostra, mais uma vez, que sabe muito bem o que quer: “O plantel vai ter 25 jogadores, mais três juniores [Carlos Alves, Sandro Moreira e Tiago Figueiredo].”

JESUS APOSTA NOS MELHORES - Fonte O Jogo.

“Que grande desafio!” – esta é a frase mais escutada para os lados do Restelo e que entoa pelas entranhas da cidade da Corunha sempre que, no seu âmago, se encontra um adepto do clube luso. Não será certamente o jogo do século para as hostes belenenses, pois a final da Taça de Portugal do ano transacto rouba-lhe esse estatuto, porém é contra a melhor equipa do século passado que os azuis do Restelo vão tentar ganhar embalagem para a época que se avizinha e que marca o regresso do clube à Europa, ou melhor, à disputa das competições europeias.

A participação no troféu Teresa Herrera, onde competem, além da equipa da casa, o Deportivo da Corunha, o campeão espanhol Real Madrid e os italianos da Atalanta, é um bom teste para os comandados de Jorge Jesus. O técnico terá assim a possibilidade de enfrentar, pelo menos, um dos colossos do futebol mundial, onde estrelas é coisa que não falta. Será um real barómetro para Jesus. Se o objectivo é aferir com exactidão que debilidades tem a formação belenense, nada melhor do que o fazer frente aos "merengues". O técnico sabe-o, os jogadores também. Alguns julgam que será uma montra para o futuro – quem sabe se não será mesmo? –, mas outros estão apenas e só imbuídos de um espírito de vitória. Será utopia bater o Real Madrid? A resposta, essa, só poderá começar a ser revelada a partir das 21h00 locais, menos uma em Portugal continental, mas o sonho está lá…

Certo é que Jesus vai actuar na máxima força. Jogará, ao que tudo indica, com a defesa mais forte de que dispõe: Cândido Costa na direita, Rolando e Gonçalo Brandão no eixo e Rodrigo Alvim na esquerda. No centro do terreno, Rúben Amorim, Hugo Leal, José Pedro e Silas são os mais certos, mas Gabriel Gómez pode dar músculo ao "miolo". No ataque, Roncatto está garantido, e João Paulo Oliveira é forte candidato à vaga de segundo avançado. Na baliza, estará Marco ou Dragovic.

REENCONTRO DE AMIGOS UNIDOS DESDE SEMPRE - Fonte O Jogo.

Azuis do Restelo vão tentar repetir o feito de 31 de Maio de 1945 e vencer o Real Madrid. O sonho da vitória está no âmago belenense.

Quase 77 anos depois do primeiro desafio entre as duas equipas, Belenenses e Real Madrid encontram-se hoje, naquela que será a estreia da formação lusa na disputa de um troféu que já viajou para Portugal por quatro ocasiões. Sporting (1961), Vitória de Setúbal (1968), Benfica (1987) e FC Porto (1991) já tiveram a honra de levantar uma das maiores – em termos de peso e de prestígio – e mais antigas taças em disputa da história do futebol mundial. Ao longo de 60 anos – está será a 61.ª edição –, foram várias as equipas de renome que passaram pela cidade espanhola da Corunha, e desta feita é o Belenenses a ter a oportunidade histórica de entrar no vasto lote de participantes – e, quem sabe, de ousar vencer o torneio.

Na estreia, nada melhor do que o reencontro com um clube historicamente amigo: o Real Madrid. Os laços de fraternidade são profundos e já deram azo a diversos encontros – e a poucos ou nenhuns desencontros. No futebol, modalidade de expressão maior dos dois emblemas, os encontros foram oito. Sem o peso do carácter oficial, os azuis do Restelo conseguiram vencer: em casa, nas Salésias, o Belenenses mostrou-se mais forte do que em outras oportunidades.

A inauguração do Santiago Bernabéu ou a comemoração das bodas de prata do recinto foram apenas duas ocasiões em que houve um frente-a-frente entre os dois emblemas. No Restelo, muitos são aqueles que suspiram pelo reencontro. O irmão mais velho, afinal de contas, foi considerado o clube do século XX . É motivo de orgulho tal amizade, que, a espaços, sofreu um ou outro distanciamento, próprio dos resultados desportivos que cada uma das partes foi vivendo. No fundo, contudo, o sentimento está lá. Do lado belenense, pelo menos, ele é bem visível, e hoje muitos serão os adeptos que recordarão outros tempos e duelos, quando o peso das camisolas era outro.

Pepe no primeiro triunfo azul

A primeira vitória do Belenenses sobre o Real Madrid foi no dia 9 de Setembro de 1930, e na equipa em causa actuava aquele que era o jogador mais carismático do clube: Pepe. Na época, o emblema do Restelo era presidido por João Luís Moreira, e a equipa azul actuou com o seguinte onze: Tomaz; Rodolfo e Belo; Américo Antunes, Silva Marques e César; Alfredo Ramos, Pepe, Júlio Sousa, Bernardo e José Luís.

Empate histórico em dia de tributo

Em 1945, o Belenenses, então presidido por Octávio Costa, deslocou-se ao velho estádio Chamartin e empatou a duas bolas, num desafio que fica marcado pela homenagem ao espanhol Alonso. Mário Coelho marcou os dois golos dos azuis, naquele que foi o único desafio entre as duas equipas que terminou empatado. 15 dias depois, os "merengues" retribuem a visita… e estava dado mais um passo para o convite que se seguiria, dois anos depois, para a inauguração do Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.

Em 1972 Eusébio jogou à Real Madrid

O “Pantera Negra”, Eusébio, esse mesmo, jogou em 1972 com a camisola do Real Madrid – frente ao Belenenses. Na época, a formação madrilena foi constituída com alguns jogadores estrangeiros do futebol mundial, como foi o caso do avançado que se notabilizou ao serviço do Benfica e da Selecção Nacional, do húngaro Bené ou do romeno Dobrin. Nessa mesma equipa, actuou uma das grandes figuras do futebol "merengue" e espanhol, o avançado Santillana.

Convidados históricos

O nome do Clube Futebol “Os Belenenses” estará para sempre associado a uma das principais catedrais do futebol mundial, o Santiago Bernabéu, em Madrid, casa daquele que foi considerado o clube do século XX. O emblema da cruz de Cristo foi o convidado de honra, na tarde de 14 de Dezembro de 1947, da inauguração daquele que, à época, era o maior estádio de futebol da península ibérica. Na altura, as relações entre os dois clubes era próxima, e os dois presidentes, Santiago Bernabéu e Octávio de Brito, eram, inclusive, grandes amigos, o que facilitou e fundamentou as boas relações históricas entre Real Madrid e Belenenses.

No jogo, que teve direito a casa cheia, a equipa lusa até foi a melhor, pelo menos o futebol praticado assim o disse, apesar de o resultado, esse, ter sido favorável aos homens da casa. O 3-1 final, segundo as crónicas da época, foi potenciado pela arbitragem do espanhol Pedro Escartin, que não se livrou de fama "caseira”.

25 anos mais tarde, o Belenenses voltou a marcar presença no Bernabéu, desta vez para participar nas comemorações das bodas de prata do recinto. Félix Mourinho foi o guardião dessa equipa, que conheceu o sabor da derrota perante 60 mil espectadores. Ficaram, no entanto, o resultado de 2-1 e a exibição agradável dos visitantes.

Jogos com Real Madrid

07/09/1930 Ayamonte 0-5
09/09/1930 Ayamonte 3-0
15/05/1945 Madrid 2-2
31/05/1945 Lisboa 1-0
14/12/1947 Madrid 1-3
22/06/1955 Paris 0-2
14/12/1972 Madrid 1-2
16/08/1980 Maiorca 1-2

Vicente e Matateu figuras em Paris

O Belenenses, na sua história, apenas por uma ocasião, em 1954/55, participou na então Taça Latina, que juntava os campeões nacionais de Portugal, Espanha e Itália. Na altura, substituiu o Benfica, que havia partido para uma digressão, e pela frente teve o Real Madrid e o AC Milan. Na prova disputada em Paris, os azuis do Restelo perderam os dois encontros, 2-0 com os espanhóis e 3-1 frente aos italianos, e actuaram com os mesmos jogadores nos dois desafios. Vicente Lucas e o seu irmão Matateu eram figuras de proa no Belenenses e brilharam na capital francesa.

DIRECÇÃO EM PESO - Fonte O Jogo

A Direcção do Belenenses estará em peso, esta noite, no Estádio Riazor, na Corunha, e o presidente do clube e da SAD azul, Cabral Ferreira, chegou ontem, pelas 21h00, à cidade galega, acompanhado de alguns dos seus pares. Os vice-presidentes Viana de Carvalho e Miguel Ferreira foram os primeiros a chegar para participarem nas cerimónias oficiais alusivas à prova. Entretanto, Jesus não dá descanso aos atletas e, esta manhã, pelas 10h30, irá orientar uma sessão de trabalho ligeira, mas predominantemente táctica, onde irá dar os últimos retoques na estratégia para o duelo da noite.

PEPE EM PARADA DE ESTRELAS - Fonte O Jogo.

O defesa-central Pepe foi, até ver, a mais cara contratação do Real Madrid na presente pré-temporada e hoje terá oportunidade de mostrar, uma vez mais, a valia que o notabilizou ao serviço do FC Porto. Porém, a equipa "merengue" ainda anda pelo mercado, e o dragão está debaixo de olho – Quaresma e Lucho Gonzalez são apetecidos –, mas, por enquanto, o plantel orientado pelo alemão Bernd Schuster fica-se por jogadores mais “modestos”, como… Cicinho, Cannavaro, Guti, Diarra, Gago, Raúl, Júlio Baptista, Saviola ou Robinho. O Belenenses que se cuide…

Motivação é real
JOGADORES ENTUSIASMADOS POR DEFRONTAREM MERENGUES - Fonte Record.

O Belenenses inicia hoje à noite, no Riazor, a participação na 62.ª edição do Teresa Herrera, que ontem se iniciou com o Deportivo-Atalanta, defrontando o Real Madrid. Um momento histórico e motivacional para o clube azul que se estreia num dos torneios de Verão mais prestigiados do Mundo. No rosto dos jogadores lê-se facilmente o regozigo por estarem numa das montras do futebol europeu.

À partida de Lisboa, Zé Pedro assumiu mesmo que vai tentar trocar de camisola com Raúl por ser a primeira e, se calhar, a última, vez que defronta o Real Madrid. Antecipando-se aos merengues, que só hoje chegam à Galiza, a comitiva azul aterrou ontem no Aeroporto de Alvedro ao princípio da tarde e seguiu para o hotel no centro da cidade.