Soou o alarme no Restelo?

Em jogo de apresentação aos seus associados, o Estrela da Amadora venceu convincentemente o Belenenses por 3:0.

Pode-se dizer que o Belenenses entrou no jogo a perder. Antes de mais, Mior optou por fazer alinhar Júlio César, guarda-redes que havia estado ausente quer em Mafra, quer em Setúbal por se encontrar condicionado. Mais: após o treino matinal de ontem foi mesmo conduzido ao hospital por precaução. Não obstante os exames não terem revelado qualquer lesão, dita a prudência que o jogador não devia alinhar 24 horas depois. Pressionado ou não pela lesão de Costinha, a verdade é que Mior fez alinhar Júlio César na Amadora. O guarda-redes brasileiro alinhou somente 9 minutos até sair das 4 linhas lesionado, tempo suficiente para o Estrela inaugurar o marcador. Centro da direita ao qual ocorre um avançado estrelista que não toca na bola, acabando esta por entrar incrivelmente por debaixo de Júlio César: 1:0.

O Belenenses alinhava no seu 4x1x3x2, com o quarteto defensivo composto por Arroz e Carciano no eixo e Cândido e China nas laterais; Gavillan alinhou no vértice mais recuado do losango, Zé Pedro à esquerda, Vinicius à direita e Maikon ao centro na posição 10; no ataque Marcelo e Silas.

Posicionamentos estranhos poder-se-á dizer, com Maykon - um médio interior muito rápido que joga muito bem colado a faixa esquerda - encarregue da organização do jogo belenense ao centro, e Silas a avançado no apoio a Marcelo. Mais importante, o Belenenses jogou, tal como em Setúbal, a passo e do outro lado encontrava-se uma equipa pressionante, aguerrida e muito rápida, a "cara" de Lito Vidigal afinal. E na guerra de "losangos" a meio-campo, os laboriosos soldados estrelistas "aniquilaram" facilmente os apáticos "generais" belenenses. Na realidade, os médios interiores azuis continuam a não interiorizar os princípios básicos do 4x1x3x2 de Mior, jogando muito longe dos dois avançados, facto que praticamente "parte" a equipa em dois e obriga ao afunilar do jogo. Assim, as alas foram praticamente abandonadas, Marcelo nunca teve bola no ataque, e Silas, não sendo o avançado, andou um pouco perdido entre o ataque e o meio-campo.
Por outro lado, Zé Pedro e Vinicius não fecham convenientemente quando o adversário se encontra com posse de bola, criando dificuldades ao trinco - Gavillan neste caso - e aos laterais. O panamiano, depois de não ter alinhado em Mafra e em Setúbal e ter treinado condicionado, encontra-se sem ritmo de jogo.

Consequentemente, o Belenenses revelou-se completamente inoperante em termos ofensivos - não fez qualquer remate no decorrer de toda a 1ª parte - e frágil a defender. Sobretudo os primeiros 20 minutos de jogo mostraram um Estrela muito ofensivo, período de jogo que valeu um jogo e diversas oportunidades à equipa da casa. A partir desse momento o jogo estabilizou, muito embora o Estrela se mostrasse sempre mais perigoso e com vontade de ganhar. O segundo golo estrelista acabou por surgir com naturalidade aos 41 minutos após uma excelente jogada pela direita que Celsinho, após triangulação, concluiu com facilidade perante completa passividade de Rodrigo Arroz e China: 2:0.

Pressentindo o perigo de uma goleada, para os segundos 45 minutos Mior faz regressar Silas ao meio-campo saindo Maykon, e lança no ataque João Paulo Oliveira. Testa ainda Baiano no lugar de Cândido e Vanderlei em detrimento de Carciano. O Belenenses reentra com mais posse de bola, mas permanece demasiado lento e sem chama. O máximo que consegue no início do jogo é um cabeceamento muito fraco de João Paulo aos 52 minutos (primeiro remate belenense em todo o jogo). Roncatto ainda substitui Marcelo aos 68 minutos de jogo e quase de imediato remata fraco e ao lado da baliza, mas entretanto o Estrela - já com uma segunda equipa nas 4 linhas - volta ao comando das operações a meio-campo e cria perigo em diversas ocasiões. A resposta vem pelos pés de Roncatto após 81 minutos de jogo, mas o brasileiro, isolado por Vinicius, permite a defesa do segundo guardião estrelista. Mior faz ainda entrar Mano, Alício e Matheus para os lugares de Vinicius, Gavillan e Arroz, mas o trio limita-se a assistir ao pressing final do Estrela e ao chapéu de Pedro Pereira, descaído do lado direito, que sobrevoa Assis até de ir de encontro às malhas: 3:0, quando faltavam poucos minutos para jogar.

Resumo alargado do encontro já disponível no canalBELENENSES

Filme do jogo:

5´ - Golo do Estrela após centro que não toca em ninguém.
8´- Remate forte do Estrela que Júlio César defende com os punhos.
9´- Júlio César sai lesionado.
12´- Cabeceamento perigoso dos estrelistas, com a bola a sair ligeiramente por cima do travessão.
19´- Livre perigoso a dois metros da linha da grande área do Belenenses do qual não resulta complicações para Assis. Seguem-se três cantos consecutivos para os estrelistas.
29´- Estrela perto do golo após escapada pela esquerda e cruzamento ao qual o ponta-de-lança estrelista chega ligeiramente atrasado.
38´- Novo perigo na área belenense após diversos cruzamentos primeiro da esquerda depois da direita.
41´- Golo de Celsinho após entrar na grande área sem oposição.
43´- Jogador estrelista remata de bicicleta dentro da grande área mas o remate sai fraco.
52´- Cabeceamento de João Paulo, que sai fraco e à figura.
67´- Livre directo que Assis defende com facilidade.
68´- Segundo remate do Belenenses no jogo: Roncatto, acabado de entrar, remata fraco e ao lado do poste direito dos estrelistas.
77´- Livre directo no eixo que tira tinta ao poste esquerdo da baliza belenense.
88´- Remate da direita do ataque estrelista que Assis defende com facilidade. Na reposição de bola, todavia, o jovem guardião oferece a bola a uma adversário e entra na área em posição de marcar mas complica.
89´- Terceiro golo do Estrela, resultante de um chapéu de Pedro Pereira a Assis, que tinha saído da baliza.
92´- Livre directo que Zé Pedro bate muito por cima.