Quem tem Maikon...

...arrisca-se a ganhar! Depois de 45 minutos algo apáticos, o brasileiro entrou nas 4 linhas e revolucionou o futebol do Belenenses. Resultado: Reviravolta no marcador (de 1:0 para 1:2), e futebol de bom nível, jogado em velocidade. Só a lesão de Maikon permitiu que o Setúbal empata-se a duas bolas, resultado com que terminou a partida.

Com Júlio César, Roncatto, Gavillan e Evandro Paulista na bancada, Casemiro Mior procedeu a algumas alterações no 11 que iniciou a partida. Sendo assim, Costinha foi o guarda-redes, sendo o quarteto defensivo constituído por Arroz e Matheus no eixo e China e Cândido Costa nas laterais. O trinco voltou a ser Carciano, sendo o losango completado por Zé Pedro, Mano e Silas. Os avançados do 4x1x3x2 de Mior foram Vicinius e Marcelo.

Ao ritmo do calor que se fazia sentir em Setúbal, o jogo iniciou-se com muita lentidão, com ambas as equipas apostadas em poucas correrias. O Belenenses procurou impor o seu futebol rendilhado de pé para pé, enquanto os setubalenses apostaram sobretudo em ataques (mais ou menos) rápidos, procurando aproveitar a solidão de Carciano no meio-campo defensivo azul. O Belenenses, por sua vez, foi quase sempre incapaz de criar perigo, afunilando demasiado o seu jogo. De facto, os médios interiores (Zé Pedro e Mano) jogavam muito longe dos avançados, realidade que praticamente aniquilou a profundidade ofensiva da equipa, nomeadamente pelas alas. Consequentemente, o jogo belenense decorria sobretudo em zonas mais centrais, tendo Silas muitas dificuldades em ter espaço de manobra. Simultaneamente, Vinicius teve dificuldade em actuar como segundo avançado, tendo sempre pouca bola.

Mior rapidamente leu o jogo, fazendo recuar Vicinuis para o meio-campo enquanto Silas passou a ocupar terrenos mais próximos da baliza. O jogo azul melhorou ligeiramente, mas o principal problema continuava na lentidão e na inacção dos médios e dos laterais no apoio aos dois homens da frente. Algo desapoiado na dianteira, Marcelo lutou muito, acabando por revelar bons pormenores quando de costas para a baliza em triangulações.

O Vitória tinha menos posse de bola, mas após os 10 minutos iniciais criou relativo perigo em duas ou três ocasiões após ataques rápidos. Com os médios a pressionar pouco, Carciano viu-se por vezes sozinho perante dois jogadores adversários, acabando inclusive por ter que recorrer à falta aqui e ali. O golo local acabou por surgir numa situação pouco previsível dadas as características do jogo: os centrais subiram no terreno na tentativa de colocar os avançados em fora de jogo, mas a bandeira não subiu. Completamente isolado, Bruno Moraes não teve dificuldade em bater Costinha. Estavam decorridos 35 minutos de jogo. O local onde nos encontrávamos não permite dissipar todas as dúvidas (Cândido Costa pareceu estar um pouco atrasado em relação à linha defensiva belenense) mas o golo poderá ter sido irregular devido a fora-de-jogo não assinado.

Não se pode falar propriamente de uma reacção do Belenenses, mas o empate poderia ter surgido sobretudo na sequência de bolas paradas, primeiro após livre directo de Zé Pedro, depois num livre em zona lateral no qual a defensiva local não foi lesta em afastar a bola: o golo parecia eminente mas da grande confusão nada resultou. Finalmente, Carciano poderia ter marcado de cabeça, novamente após adormecimento dos centrais vitorianos.

Nos segundos 45 minutos tudo diferente. Casemiro Mior faz entrar Maikon para o lugar de Vicinius (Assis também substituiu Costinha na baliza), e o Belenenses transfigurou-se para melhor. o brasileiro encostou-se à linha, Zé Pedro passou a jogar mais ao centro mas naturalmente descaia para esquerda para zonas próximas de Maikon. Ao duo passou a trio com as constantes subidas de China, e o caos instalou-se no lado direito da defensiva vitoriana. Finalmente o Belenenses passou a ter profundidade de jogo (quase exclusivamente pela ala esquerda) resultante da velocidade e do talento de Maikon e da superioridade numérica resultante do apoio de China ao ataque.

Os espaços começaram a surgir igualmente ao centro, visto que o central local foi muitas vezes obrigado a dobrar o seu impotente lateral. Quase com naturalidade o Belenenses passou a criar perigo constante, surgindo o golo do empate aos 54 minutos: Assis coloca muito bem o esférico em Silas numa saída rápida da bola, acabando o numero 10 azul, pressionado, por atrasar para China. O lateral, da linha do meio-campo assiste maravilhosamente Marcelo, que temporiza pressionado por um central até endossar a bola a Mano que isolado marca um belo golo: 1:1. Três minutos bastaram para a reviravolta: em mais um pique pela ala esquerda Maikon centra para área, acabando por ser um defesa a assistir Silas que com classe passa por um adversário e atira para o fundo das malhas: 1:2, aos 57 minutos.

Foi então com os jogadores vitorianos, pressentindo um descalabro, resolveram simplesmente arrumar com Maikon. O lance, passado a meio-campo, não constituía qualquer perigo, mas Maikon simplesmente foi ceifado, ouvindo-se a pancada em quase todo o estádio. O brasileiro ainda permaneceu nas quatro linhas mais alguns minutos, mas acabou por ser substituído por Edmilson.

A partir dai o jogo acabou, ou melhor, voltou a assemelhar-se à fraca 1ª parte, até mesmo por começou a dança das substituições.
O golo vitoriano acabou por surgir num lance fortuito, registando-se assim um empate final a duas bolas.

Resumo alargado do encontro já disponivel no canalBELENENSES.