Belenenses vence em Mafra

Em jogo de preparação realizado em Mafra, o Belenenses venceu a equipa local por 2:0.

Tratou-se do segundo jogo de preparação da pré-época e ao contrário do que sucedeu frente ao Atlético Casemiro Mior não fez alinhar o 11 que considera o ideal nesta fase prematura da época. De facto, no 11 que iniciou a partida nove jogadores chegaram ao Restelo nesta época : Costinha; Baiano, Rodrigo Arroz, Matheus e China; Carciano; Mano, Edmilson e Maykon; Júnior Negão e Marcelo.

De destacar desde logo as estreias de Edmilson e Marcelo de Faria e o facto de Carciano ter sido testado no meio-campo defensivo na posição de treino. Dentro das linhas, como seria de esperar perante o 11 apresentado, notou-se alguma lentidão e falta de entrosamento. O esquema táctico em termos teóricos não teve alterações - 4x1x3x2 - mas na verdade Mano, que actuou como médio interior direito, não tem a propensão ofensiva de Vinicius e Edmilson, atrasado na preparação em relação aos seus companheiros, não conseguir organizar o ataque azul da melhor forma.

A ala esquerda belenense acabou por se destacar, com China e Maykon a actuar alguns furos acima de todos os restantes. O médio brasileiro (que havia actuado a lateral frente ao Atlético) acabou por quebrar a monotonia na sequência de um livre directo a 25 metros da baliza. Sendo o local da falta ligeiramente descaído para o lado direito, Maykon rematou uma autêntica bomba de pé esquerdo que só parou no fundo das malhas. Momento soberbo do brasileiro aos 10 minutos de jogo que acabou por se revelar o melhor do fim de tarde em Mafra.

Até ao intervalo as oportunidades de golo escassearam, faltando claramente profundidade ao lado direito do ataque - órfão de Vinicius - e maior entrosamento de Edmilson com os atacantes, Júnior Negão e Marcelo de Faria. Se Júnior revelou novamente pouca chama e propensão goleadora, Marcelo de Faria teve uma estreia positiva e esforçada mas sem fazer a diferença.

Em termos defensivos, o Mafra nunca colocou verdadeiros problemas no decorrer dos primeiros 45 minutos, não obstante os centrais azuis - Arroz e Matheus - terem revelado algum nervosismo.

Para a segunda parte, Mior fez entrar somente Assis para a baliza azul, tendo o guardião azul brilhado a grande altura. De facto, o Belenenses entrou mal no jogo, permitindo ao Mafra veleidades ofensivas inesperadas. Os jogadores locais não se fizeram rogados, e até aos 65 minutos de jogo criaram 2 ou 3 oportunidades reais de perigo. Na mais flagrante destas, Júnior Negão perde uma bola infantil perto da area e no lance subsequente Assis efectua a defesa da tarde.

Sentido o perigo, o Belenenses resolveu "acordar" e dominar novamente as operações a meio campo. O jovem André encontrava-se já nas 4 linhas (55m.) tendo entrado posteriormente Vinicius e João Paulo. A saída Arroz fez recuar Carciano para a sua posição natural, assumindo Vinicius o controlo do jogo ofensivo belenense.

O Belenenses melhora e acaba por aumentar a vantagem à passagem do minuto 70: lançamento em profundidade que encontra Baiano isolado na área que fuzila o guarda-redes local - 0:2.

Casemiro Mior faz ainda entrar Zé Pedro e um desinspirado Silas, mas Vinicius continua a ser o destaque no meio-campo belenense. O brasileiro exibiu-se novamente a bom nível, mas não encontrou nos avançados a correspondência devida. O esforçado João Paulo Oliveira revelou-se desastrado e trapalhão, rematando para as nuvens quando se encontrava completamente isolado frente ao guarda-redes. O Belenenses teve ainda possibilidade de aumentar o score, algo que seria injusto para os homens da casa.
Não obstante tratar-se de um momento muito precoce da época, o Belenenses parece órfão de um ponta-de-lança que faça a diferença: talvez seja esta a principal ilação a tirar do embate de Mafra...

Mais logo o BAM publicará as declarações de Casemiro Mior no final do encontro, ficando o resumo alargado do jogo reservado para amanhã no canalBELENENSES.

Os reforços um-a-um:

Assis - Jogou somente 45 minutos mas foi dos melhores belenenses em campo. Foi mesmo um esteio no melhor momento do Mafra, cabendo-lhe o mérito do nulo adversário. o guarda-redes júnior poderá ter mesmo ganho um lugar no plantel sénior.

China - O lateral esquerdo voltou a exibir-se a bom nível. Seguro a defender, atacou sempre a propósito, revelando um bom entendimento com Maikon. Um dos melhores da tarde.

Rodrigo Arroz - O central brasileiro está claramente sem ritmo de jogo. Embora não tenha sido colocado verdadeiramente à frente, revelou alguma insegurança. Ainda assim não inventa, e quando necessário não tem receio de enviar a bola para a bancada.

Matheus - O mesmo. O alto central tem evidentes problemas de mobilidade, não se encontrando com ritmo de jogo. Tal como Arroz foi prejudicado pela ausência de Gabriel Gomez no meio-campo defensivo.

Carciano - Foi testado a trinco na 1ª parte. Embora não se tenha saído propriamente mal, falta-lhe dimensão física e capacidade de sair com a bola no pé. Nos segundos 45 minutos não conseguiu contrariar o ascendente inicial do Mafra, que coincidiu com o seu recuo para central e sobretudo com a consequente colocação de André a trinco.

Baiano - Cumpriu defensivamente mas foi incapaz de dar alguma dimensão ofensiva ao seu jogo. Curiosamente marcou numa das suas raras incursões ofensivas.

André - Outro júnior. Numa posição que não é a sua andou perdido. Foi incapaz de ser o tampão no meio-campo defensivo, não tendo características de recuperador de bolas. Algo lento, "sofreu" nos tais 15 minutos de ascendente do adversário.

Maykon - O melhor em campo. O seu futebol parece encaixar-se como uma luva na posição de médio interior esquerdo: Defende muito bem quando o adversário se encontra em posse de bola, e ataca sempre a propósito. Grande golo de livre directo, ficando perto de repetir a dose no segundo tempo mas a bola, rematada a 25 metros da baliza, saiu ligeiramente ao lado. Rápido e possuidor de boa técnica individual, será um sério concorrente à titularidade de Zé Pedro.

Edmilson - Revelou um ou dois pormenores indicadores de possuir características de número 10, mas encontra-se sem ritmo. Alias, encontra-se atrasado na preparação em virtude de ter efectuado treino condicionado nas últimas semanas. Seria difícil ter feito melhor.

Júnior Negão - Tal como havia sucedido frente ao Atlético não revelou grande inspiração. Algo lento e sem chama, andou perdido na maior parte dos minutos que teve em campo.

Marcelo de Faria - Tal como Edmilson tem vindo a treinar condicionado. Teve ainda assim uma estreia positiva, sobretudo devido à entrega que sempre mostrou. Podia ter marcado mas desperdiçou a ocasião. Saiu visivelmente estafado a meio da segunda parte.

Fredy - O júnior esteve poucos minutos nas 4 linhas, mas ainda assim fez juz à sua principal característica: a velocidade. Trata-se de um jogador explosivo, com capacidade de desequilibrar.