Jorge quê? Ou a crónica da ingratidão...

Depois de um 5º e de 6º lugar (não contemos aqui com o caso Meyong) na classificação o que sobra? Pouco ou nada...

Cofres vazios e uma equipa completamente esfrangalhada.

Como foi possível, perguntamos?
Gastar 17,5 milhões de euros e chegar a esta situação. São os custos do endeusamento, poder-se-á dizer. Ir ao reboque de resultados desportivos que só pareceram brilhantes face às épocas transactas desastradas e a um discurso miserabilista do "não há dinheiro e eu faço milagres".

Quem emerge, brilhando como se de ouro se tratasse, desta situação surreal?

Exacto. Jorge Jesus. Um treinador que era chacota de todo o país desportivo devido às suas tiradas gramaticais, um técnico que era conhecido somente por trajar de negro.

Como a ingratidão é amarga...
Como se cospe no prato de nos alimenta (o ego e a conta bancária)...

Escrevemos o seguinte no passado dia 7 de Fevereiro ( ligação aqui
), por ocasião da recusa de Jorge Jesus em relação à saída de Rodrigo Alvim:

"Tal, todavia, não sucedeu com Rodrigo Alvim. O lateral esquerdo teve uma proposta oriunda da Alemanha no valor de 1 milhão e 250 mil euros que o Belenenses recusou. O Belenenses ou... Jorge Jesus?

É a seguinte a interpretação do Correio da Manhã em relação ao treinador do Belenenses:

"Num clube em que toda a gente com responsabilidades fugiu do caso Meyong como o diabo foge da cruz, Jorge Jesus mantém acesa a chama do glorioso. De momento, ele é o Belenenses – faz de treinador, director desportivo e presidente. E continua a somar resultados positivos".

Tratar-se-á de uma opinião descabida? Não cremos: muito pelo contrário...

Mas poderá um treinador "acumular" tais funções?
Evidentemente que não. E porquê?

Simplesmente porque um treinador tem como objectivo ter a melhor equipa possível, os melhores jogadores ao seu dispor. Assim sucedeu com Rodrigo Alvim.
Acontece que o jogador ficará livre já em Maio, porque a clausula de opção que possui não é vinculativa mas sim negociável. Evidentemente, Rodrigo Alvim recusará qualquer proposta que o Belenenses apresente visto esta não se poder comparar financeiramente com as de outros clubes.

1 milhão e 250 mil euros por 4 meses é uma proposta mais do que irrecusável: fazê-lo significa lesar gravemente o Belenenses.

É caso para se dizer: quem se segue (na direcção) que se lixe!
Mais: quem se seguir enquanto treinador do Belenenses que se lixe!

Porquê esta última frase? Então Jorge Jesus não tem contrato para o ano seguinte?
Tem, respondemos.

Mas permanecerá no Belenenses? Futurologia ou não, não acreditamos.
O dinheiro acabou, e com ele o "projecto" (se é que alguma vez existiu).
Jorge Jesus valorizou-se imensamente no Belenenses (e com inteiro mérito) não sendo crivel que não tenha propostas mais tentadoras; financeira e desportivamente falando.

E como será para a próxima época? Sem dinheiro (o orçamento terá que ser reduzido exponencialmente), treinador (a confirmar-se) e jogadores (17 terminam contrato)?"

A teoria que muitos apelidaram da desgraça, 4 meses volvidos, tornou-se realidade.

Há muito que Jorge Jesus, já com a sua saída do Belenenses acordada, olhou para o seu umbigo e com a conivência de uma direcção fantasma quis destruir um clube que sempre o acarinhou. A sua auto-promoção custou ao Belenenses pelo menos 3,4 milhões de euros, ou seja, a derrapagem de se verificou no orçamento da época que agora terminou (10 milhões em vez dos 6,6 milhões inicialmente previstos).

E regressámos assim ao início: 17,5 milhões gastos em duas épocas, e nada sobrou...
Gastou-se 10 milhões numa só época enquanto se manteve o discurso miserabilista do "não há dinheiro" e da "luta para os 10 primeiros da classificação..."

300 mil de prémio por uma classificação europeia virtual? Só pode ser uma anedota...

Os rapazes da praia conheciam certamente às marés. Tal como estas os treinadores vão e vem... Só o Belenenses fica...