Centenário do nascimento de Pépe.
Passaram 100 anos desde o nascimento de José Manuel Soares, o imortal Pépe.
Foi na Rua do Embaixador, no bairro de Belém, que Pépe, no dia 30 de Janeiro de 1908, surgiu no mundo.
Fisicamente permaneceu nele somente 23 anos, mas o seu espírito, a alma belenense que encarnou, serão para sempre recordadas.
Hoje, volvidos 100 anos, celebramos a sua vida, o seu belenensismo e o próprio Belenenses.
Pépe tinha 15 anos quando foi inscrito no Campeonato de Lisboa. Vivia-se a época de 1924/25. Todavia, a sua estreia na 1ª categoria ocorreu em 1926, numa tarde que viria a tornar-se épica.
O Belenenses defrontava o Benfica nas Amoreiras. Passavam 28 dias no mês de Fevereiro. O Belenenses, a 15 minutos do final do encontro, perdia por 4:1.
Conta-nos Ricardo Ornelas que antes do jogo corriam rumores acerca da possibilidade de alguns dos jogadores azuis não alinharem devido a “desinteligências internas.”
Vivendo-se tal clima, a direcção presidida por João Luís de Moura delegou em Augusto Silva a responsabilidade de escalonar a equipa.
Para surpresa de todos, pela meia esquerda evoluiria um miúdo de 17 anos: Pépe!
O resultado do jogo estava já empatado a 4 bolas. Restava apenas um minuto para jogar quando é cometida uma grande penalidade que favorecia o Belenenses.
Relata Ornelas:
“Ninguém dos belenenses queria ser o responsável pela execução da falta. Augusto Silva, resolutamente aponta para Pépe e diz-lhe – o penalty marcas tu!
Pépe, envergonhado e receoso, apenas respondeu: - Eu, Sr. Augusto!”.
Pépe efectivamente converteu a grande penalidade e o Belenenses venceu por 4:5. Mais importante, nascia uma lenda, porventura a mais grandiosa da história do futebol português.
Volvido apenas um ano, Pépe, com apenas 19 anos, teve a sua estreia internacional pela selecção portuguesa. O adversário era a França.
Pépe marcou dois dos quatro golos portugueses, e foi levado em ombros por uma multidão entusiasta.
De resto, marcar golos era o que Pépe sabia fazer melhor. Tal como no Belenenses, na selecção nacional estreou-se com golos e com golos se despediu. Vivia-se o ano de 1930 e o adversário era novamente a França. Portugal vencia a selecção francesa no Porto, tendo Pépe, no seu último jogo enquanto internacional, marcado os dois golos da vitória.
Pépe actuou igualmente pela selecção nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. Na estreia frente ao Chile, Portugal venceu por 4:2, após se encontrar a perder por 0:2. Pépe marcou dois golos. Portugal venceu ainda a Jugoslávia por 2:1 (com um golo de Augusto Silva) mas sofreu uma inesperada derrota frente ao Egipto nos quartos de final da prova. Pépe e Portugal viram assim esfumar-se o sonho de uma medalha Olímpica.
Ao serviço do seu Belenenses, o seu clube de sempre, Pépe marcou 10 golos num só jogo. A prova era o Campeonato de Lisboa e o adversário o Bom Sucesso. O ano era o de 1929. O Belenenses venceu por 12:1, tendo Pépe facturado em dez ocasiões e batido o recorde de golos marcados num só encontro (seis, da autoria de Gustavo Teixeira).
No final desse mesmo campeonato, Pépe sagrar-se-ia enquanto o melhor marcador da época e de todos os tempos: 36 golos!
Antes, em Junho de 1927, Pépe havia ajudado o Belenenses a vencer o Campeonato de Portugal. No campo do Lumiar, os azuis venceram o Vitória de Setúbal por 3:0, com golos de Augusto Silva e Silva Marques (2). Pépe e o Belenenses venceriam novamente o Campeonato de Portugal em 1929, vitória na final por 2:1 frente ao União Lisboa.
Escreveu o saudoso Homero Serpa acerca de Pépe:
“Apenas durante cinco anos, foi o ídolo dos belenenses e o temido, mas respeitado adversário dos outros clubes. Foi «internacional», ganhou o Campeonato de Lisboa em 1926, 29 e 30, Foi campeão de Portugal em 1929.
Participou em 140 jogos. Assistiu ao crescimento do seu clube. Viu-o passar do Campo do Pau do Fio para as Salésias, facto importante na vida do Belenenses...”
Foi na Rua do Embaixador, no bairro de Belém, que Pépe, no dia 30 de Janeiro de 1908, surgiu no mundo.
Fisicamente permaneceu nele somente 23 anos, mas o seu espírito, a alma belenense que encarnou, serão para sempre recordadas.
Hoje, volvidos 100 anos, celebramos a sua vida, o seu belenensismo e o próprio Belenenses.
Pépe tinha 15 anos quando foi inscrito no Campeonato de Lisboa. Vivia-se a época de 1924/25. Todavia, a sua estreia na 1ª categoria ocorreu em 1926, numa tarde que viria a tornar-se épica.
O Belenenses defrontava o Benfica nas Amoreiras. Passavam 28 dias no mês de Fevereiro. O Belenenses, a 15 minutos do final do encontro, perdia por 4:1.
Conta-nos Ricardo Ornelas que antes do jogo corriam rumores acerca da possibilidade de alguns dos jogadores azuis não alinharem devido a “desinteligências internas.”
Vivendo-se tal clima, a direcção presidida por João Luís de Moura delegou em Augusto Silva a responsabilidade de escalonar a equipa.
Para surpresa de todos, pela meia esquerda evoluiria um miúdo de 17 anos: Pépe!
O resultado do jogo estava já empatado a 4 bolas. Restava apenas um minuto para jogar quando é cometida uma grande penalidade que favorecia o Belenenses.
Relata Ornelas:
“Ninguém dos belenenses queria ser o responsável pela execução da falta. Augusto Silva, resolutamente aponta para Pépe e diz-lhe – o penalty marcas tu!
Pépe, envergonhado e receoso, apenas respondeu: - Eu, Sr. Augusto!”.
Pépe efectivamente converteu a grande penalidade e o Belenenses venceu por 4:5. Mais importante, nascia uma lenda, porventura a mais grandiosa da história do futebol português.
Volvido apenas um ano, Pépe, com apenas 19 anos, teve a sua estreia internacional pela selecção portuguesa. O adversário era a França.
Pépe marcou dois dos quatro golos portugueses, e foi levado em ombros por uma multidão entusiasta.
De resto, marcar golos era o que Pépe sabia fazer melhor. Tal como no Belenenses, na selecção nacional estreou-se com golos e com golos se despediu. Vivia-se o ano de 1930 e o adversário era novamente a França. Portugal vencia a selecção francesa no Porto, tendo Pépe, no seu último jogo enquanto internacional, marcado os dois golos da vitória.
Pépe actuou igualmente pela selecção nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. Na estreia frente ao Chile, Portugal venceu por 4:2, após se encontrar a perder por 0:2. Pépe marcou dois golos. Portugal venceu ainda a Jugoslávia por 2:1 (com um golo de Augusto Silva) mas sofreu uma inesperada derrota frente ao Egipto nos quartos de final da prova. Pépe e Portugal viram assim esfumar-se o sonho de uma medalha Olímpica.
Ao serviço do seu Belenenses, o seu clube de sempre, Pépe marcou 10 golos num só jogo. A prova era o Campeonato de Lisboa e o adversário o Bom Sucesso. O ano era o de 1929. O Belenenses venceu por 12:1, tendo Pépe facturado em dez ocasiões e batido o recorde de golos marcados num só encontro (seis, da autoria de Gustavo Teixeira).
No final desse mesmo campeonato, Pépe sagrar-se-ia enquanto o melhor marcador da época e de todos os tempos: 36 golos!
Antes, em Junho de 1927, Pépe havia ajudado o Belenenses a vencer o Campeonato de Portugal. No campo do Lumiar, os azuis venceram o Vitória de Setúbal por 3:0, com golos de Augusto Silva e Silva Marques (2). Pépe e o Belenenses venceriam novamente o Campeonato de Portugal em 1929, vitória na final por 2:1 frente ao União Lisboa.
Escreveu o saudoso Homero Serpa acerca de Pépe:
“Apenas durante cinco anos, foi o ídolo dos belenenses e o temido, mas respeitado adversário dos outros clubes. Foi «internacional», ganhou o Campeonato de Lisboa em 1926, 29 e 30, Foi campeão de Portugal em 1929.
Participou em 140 jogos. Assistiu ao crescimento do seu clube. Viu-o passar do Campo do Pau do Fio para as Salésias, facto importante na vida do Belenenses...”
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