Quiosque Azul.
FUTEBOL PARA MATAR A FOME - Fonte O Jogo.
“Gavilan”, o gavião, é conhecido pela forma como recupera a bola e se entrega ao jogo
A morte da mãe, quando ainda tinha seis anos, deu-lhe mais força para singrar dentro das quatro linhas. A selecção panamense ajudou-o a ganhar dimensão internacional
R.M.G.
A astúcia, determinação e entrega que a sua alcunha – “Gavilan”, o gavião - sugere é transposta diariamente para dentro das quatro linhas. Gabriel Gómez faz da humildade um lema de vida e aplica-a ao trabalho que tem feito ao longo dos anos. Foi no futebol que encontrou meio de sustento. Desde pequeno que, na Cidade do Panamá, conheceu dificuldades e limitações. Escassos recursos que afectaram a vivência de uma família cujo agregado familiar ficou órfão de mãe quando Gabriel Gómez tinha apenas seis anos. A dificuldade de adquirir determinados bens essenciais foi sempre notória. A fome não chegou a ser verdadeiramente um facto, mas a abundância, essa, nem vê-la.
O pai, Dionísio Gómez, viu potencial no seu “pequeno” rebento e levou-o para os campos de terra batida da cidade. Assim foi, e o Sporting 89 acolheu-o. O jovem Gómez rapidamente se tornou em “Gavilan”. A astúcia foi reconhecida e a forma como se especializou na recuperação de bolas tornou-o famoso entre os seus.
A perda da mãe fez de si um homem mais determinado e convicto na procura do sucesso. A ausência de facilidades para singrar entre outros foi igualmente decisiva para o fazer mais forte. Se a forma como se afirmou foi inquestionável em muito esse facto se deveu ao sustento que encontrou no desporto-rei. Ganhou posses, dinheiro e continua ainda hoje a cimentar uma condição social melhor para os seus entes queridos.
Saiu do seu país de origem em 2002 após ter chegado à selecção nacional do Panamá. Aliás, desde os 15 anos que tem feito todo o seu percurso ao serviço da equipa do seu país. Na Colômbia aperfeiçoou o seu futebol. Ganhou maior rigor táctico e os índices de concentração subiram. A selecção foi, então, suporte para um incremento de experiência internacional. Agora, mudou de ares. Arriscou a Europa e acedeu ao apelo Belenenses, onde já demonstrou que a humildade e a entrega à causa serão os seus maiores atributos.
Gómez "secou" Guti
O desafio da passada quarta-feira entre o Belenenses e o Real Madrid foi histórico para o clube do Restelo e para os atletas que envergam a cruz de Cristo, que o diga Gabriel Gómez que teve pela frente um dos mais talentosos jogadores merengues. O médio-defensivo reconhece que o encontro correu-lhe de “feição” e garante: “Estou bem fisicamente e as coisas estão a sair da melhor forma. Fiz um bom jogo e senti-me bem. Tive a confiança do treinador para jogar contra uma equipa prestigiante como é o campeão nacional espanhol.”
Gómez recorda com carinho os duelos com Raul e Guti, elogiando um dos adversários que anulou. “Podíamos ter ganho o jogo. Estou contente pelo trabalho efectuado. Perante o Guti tentei fazer o meu trabalho o melhor que sei. Concentrei-me para impedir que ele desequilibrasse com a sua técnica. Não é fácil marcar um jogador como ele que coloca bem as bolas nos avançados. Estive concentrado e ele não conseguiu fazer o jogo que tanto gosta e sabe”, disse a O JOGO.
Leitura é hobbie
Os tempos livres de Gabriel Gómez são escassos, mas preenchidos. Para além dos passeios que gosta de dar em família, o médio é adepto incondicional de um bom livro. O gosto pela literatura é admitido assim como pela dança. Hip Hop, Reggaton e Salsa são os estilos preferidos, ou não fossem os mais escutados no Panamá. Aliás, desde pequeno que Gómez está habituado a ouvir pela rádio os sons de uma cultura. De resto, quem conhece e convive com o panamense sabe que o seu IPod é um dos melhores amigos. É frequente vê-lo a escutar e a cantar os sons de “casa”. Uma forma de matar saudades de sua terra.
Para além da música e leitura, Gómez é ainda aficionado de cinema, mas em Portugal ainda não se dedicou a isso. A barreira linguística deixa-o por casa, onde recorre ao DVD para, na companhia de Ingrid e do amigo e colega de equipa Nicolás Muñoz, assistir a películas devidamente traduzidas para espanhol. De resto, Nico, para além de viver com Gómez, é um dos melhores amigos e joga desde muito novo com o camisola 6 belenense. Uma partilha de passado na selecção nacional, no Sporting 89 e no Envigado da Colômbia e agora de… presente.
Família
Gabriel Gómez tem quatro irmãos, dois homens e duas mulheres. “Gavilan” é o do meio. Os mais velhos são Ricardo, com 27 anos, e Juan, 25 anos. Os mais novos são Jamie e Jenny, respectivamente com 20 e 18 anos. Gómez é o único desportista da família.
ADAPTAÇÃO
Chegou a Portugal e desde logo mostrou-se satisfeito pela cidade que encontrou. Veio sozinho e os colegas e equipa, Rafael Bastos, Roncatto e João Paulo Oliveira foram os primeiros a acolher o panamense. Juntos têm vivido os primeiros tempos no Restelo.
DESEJO
Jogar na Europa sempre foi um sonho para Gabriel Gómez e o Belenenses deu-lhe essa possibilidade, agora o médio pretende ficar em terras lusas por muito tempo. O atleta já está a viver com a esposa, a modelo panamense Ingrid González que chegou há quinze dias a Lisboa.
Aliciantes em campo
JOGO DE APRESENTAÇÃO AOS SÓCIOS COM AL ARABI DE JOSÉ ROMÃO - Fonte Record.
O Belenenses versão 2007/08 defronta esta tarde (18.30) o Al Arabi (Qatar) de José Romão, num jogo que serve de apresentação da equipa aos sócios. Jorge Jesus deve apostar num onze muito semelhante ao que defrontou na quarta-feira o Real Madrid, obviamente sem o lesionado Roncatto. O melhor marcador da época passada, Dady, não deve alinhar de início: vem de uma lesão e não tem o ritmo necessário.
Como já se disse, o brasileiro Roncatto, que sofreu uma rotura parcial do ligamento lateral interno do joelho esquerdo no jogo com a Atalanta, no Torneio Teresa Herrera, é a grande ausência para a partida de hoje. O atacante é uma das grandes esperanças dos azuis para a época que se inicia mas vai falhar os primeiros jogos da Liga, que se inicia já no próximo fim-de-semana.
Face à lesão do brasileiro e à falta de ritmo de Dady, o treinador Jesus deve apostar em João Paulo Oliveira e Mendonça na frente de ataque. Muñoz é o outro avançado para ser visto pela primeira vez.
A equipa terá esta tarde oportunidade de confirmar as boas exibições efectuadas em Marrocos e na Corunha, o que, de resto, é um aliciante extra para os associados. O plantel ainda não está completo (falta pelo menos mais um central e um guarda-redes), os quais poderão chegar nas próximas semanas.
Homenagem
O guardião Marco Aurélio estará hoje no Restelo, onde será alvo de uma homenagem por parte do clube, o qual representou durante muitos anos e onde chegou, inclusivamente, a ser totalista do campeonato durante várias épocas e capitão de equipa.
DADY PODE REGRESSAR - Fonte O Jogo
O jogo de hoje frente ao Al Arabi do Catar, orientado por José Romão, pode marcar o regresso à competição do avançado Dady. O atleta treinou ontem com bola e pode mesmo actuar alguns minutos no desafio que tem início marcado para as 18h30. Roncatto será um dos ausentes devido à distensão do ligamento lateral interno do joelho esquerdo, pois vai estar afastado da competição durante três semanas. Areias já esteve no relvado na sessão de trabalho de ontem, onde efectuou alguns exercícios.
DADY PODE JOGAR HOJE - Fonte A Bola.
O Belenenses promove hoje o jogo de apresentação aos sócios, uma partida com o Al-Arabi, equipa do Qatar treinada por José Romão, às 18.30 horas. O jogo vai servir também de homenagem ao guarda-redes Marco Aurélio, que deixou o clube no final da época.
Dady poderá ser uma boa prenda para os adeptos, uma vez que apesar dos problemas físicos parece recuperar bem e tem condições para actuar. De resto, o departamento médico tem perspectivas mais desanuviadas. Apenas Areias, que faz exercício no relvado, e Costinha, além de Roncatto, continuam indisponíveis. Ainda assim, todos os jogadores estão convocados para a partida, a fim de se darem a conhecer aos sócios.
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