Entrevista Belém até Morrer - Cândido Costa.

Cândido Costa é aquele tipo de jogador de que todos os adeptos gostam: simpático e bem disposto fora das 4 linhas, esforçado e batalhador dentro delas.

Oriundo precisamente do braga na época passada, Jesus adaptou-o a lateral direito, posição que parece se adequar perfeitamente às suas caracteristicas: é já "dono" da posição, sendo muito difícil ser destronado da titularidade.

A apenas dois dias do embate com o seu anterior clube, o Belém até Morrer ouviu o jogador.


Primeiro jogo em casa, precisamente contra o teu anterior clube, o grande rival do Belenenses na época passada...

Cândido: De certeza que vai ser um bom jogo. Tanto o braga como nós não entraram no campeonato com uma vitória, algo que era uma pretensão das 2 equipas e que torna o jogo ainda mais especial. Acredito que o braga também queira vencer, assim como nós. No ano passado foi uma luta acesa até ao fim entre nós, fruto do campeonato que o Belenenses fez. Nós éramos a surpresa, como se referiu na altura, e agora já não, já as expectativas são maiores e se calhar nós Belenenses, e as pessoas que rodeiam o Belenenses, querem a vitória. No ano passado achavam que isso não era uma coisa tão obrigatória visto o braga ser pretendente ao 4º lugar, e ter isso assumido. Este ano as exigências são maiores e nós sentimos que devemos ombrear com eles pelo que fizemos e temos vindo a fazer.

Dada a saída de jogadores importantes e também ao facto de não terem ainda chegado alguns dos reforços que Jesus pretende contratar, o Belenenses parte para a partida mais fragilizado que o seu adversário?

Cândido: Penso que o braga tem vindo a fazer desde há uns anos para cá épocas muito parecidas, sempre com relativo sucesso, atingindo sempre as provas da UEFA. Tem o estatuto que tem. Nós atingimos as competições europeias no ano passado, fruto da boa época que fizemos mas em termos de valor consolidado o braga está mais forte, tem vindo a aguentar a pressão de ter que ficar em 4º lugar. Nós vamos ver este ano como vai correr. Penso que as saídas do Nivaldo e do dady mexeram com a equipa. Eram dois jogadores titulares e fundamentais - por isso é que sairam e tiveram clubes interessados neles. Mas penso que o Belenenses também se reforçou bem, os jogadores que chegaram, alguns deles, já se adaptaram bem e estão bem entrosados. Agora é uma questão de lhes dar tempo tal como foi dado ao dady e ao Nivaldo para que pudessem mostrar o seu futebol. As coisas não acontecem de um dia para o outro...
Para eles ainda bem que vieram para o Belenenses, têm pelo menos garantido que se trabalha bem, trabalham com um treinador como o Jorge Jesus que toda a gente sabe como é a trabalhar.

Já falastes com algum dos teus antigos colegas do braga?

Cândido: Estive lá dois anos e tenho boas relações com os jogadores e com as pessoas de braga que, como toda a gente sabe, são pessoas acolhedoras e bastante simpáticas e fui muito bem tratado lá. No ano passado já tivemos em confronto e o cenário era "pior" era uma meia final duma taça de Portugal e depois com toda a involvência do penúltimo jogo em casa deles em que iria resolver mais ou menos o 4º e o 5º lugar; e se não houve problemas e as emoções foram sempre controladas nessa situação penso que agora muito mais irão estar. Sempre com respeito fora de campo, mas lá dentro não facilitarei.

Este ano parece que o teu lugar será o defesa direito, posição que no ano passado fizestes mas só circunstâncialemente. Como esta a ser a tua adaptação a essa posição especifica? Sentes-te bem enquanto defesa?

Cândido: Sinto, e digo isto com toda a honestidade (e eu sei que os jogadores de futebol usam muitas vezes um discurso decorado): eu pessoalmente, no Belenenses, com a qualidade que este plantel tem, com as exigências que o treinador mete à equipa e da forma que ele puxa por nós eu quero é jogar, seja em que posição for. Existe este ano outra qualidade. No ano passado jogava a médio interior direito, passei para lateral direito, e se calhar se tivesse que passar para outra posição passava porque o plantel é muito forte, dois, três jogadores por posição sempre com qualidade e a trabalhar no limite. Não é muito normal as equipas terem essa competitividade diária, estar no 11 e motivo de satisfação e não podemos adormecer. Em relação à posição em si penso que continua a ser na faixa, apesar de haver coisas que tenho de aprender ainda e evoluir, coisas bastantes diferentes daquilo que eu estava habituado a fazer como médio interior. As coisas tornam-se mais fácies porque tacticamente o mister Jesus é muito forte, a gente pode assimilar mais rapido a posição devido à facilidade com que lele nos explica os movimentos que se pode fazer naquela posição.

E o Evandro Paulista?

Cândido: Chegou hoje de manhã... (a afirmação de cândido foi feita em jeito de semi-confidência...)