Dossier "Apito Encarnado" faz referências ao Belenenses.

Como é de conhecimento geral, a comunicação social teve acesso a um documento destinado ao Procurador Geral da República, documento esse entretanto apelidado de dossier "Apito Encarnado".

Oriundo supostamente de agentes da Polícia Judiciária, o dossier refere que "Apesar de lhe ter sido fornecida a informação que a seguir indicamos..., o Dr. Carlos Teixeira esqueceu-se de lhe dar o devido tratamento." (p. 4).

Segue-se a descrição de uma série de acontecimentos/factos acusatórios em que é envolvido Luís Filipe Vieira, e, surpresa das surpresas, até o presidente do Belenenses aquando do "Caso Mateus"!

Transcrevemos:

- "As ligações do presidente do Belenenses aos Srs. Luís Vieira, Cunha Leal, Tinoco Faria, Pedro Mourão, Frederico Cebola que influenciaram a decisão do caso "Mateus". Foram inclusivamente denunciados os pagamentos que foram efectuados a alguns destes senhores por alguns escritórios de advogados." (p. 6)

Pedro Mourão e Frederico Cebola são antigos juízes constituintes da Comissão de Disciplina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional.

Recentemente, o Conselho de Justiça decidiu castigar Valentim Loureiro com seis meses de suspensão e mil euros de multa, na sequência de declarações públicas precisamente sobre Pedro Mourão e Frederico Cebola, antigos juízes constituintes da Comissão de Disciplina da Liga, no âmbito do caso Mateus.

Relembramos os acontecimentos do ano passado:

A 9 de Maio, a Comissão Disciplinar da Liga decidiu ordenar a instauração de processo disciplinar ao Gil Vicente FC, na sequência de queixa dos Belenenses. Em causa o facto do Gil Vicente ter recorrido a tribunais civis na sequência do inscrição de Mateus.
Os factos avançados pelo Belenenses foram analisados a 1 de Junho numa reunião da comissão disciplinar da LPFP, mas, de acordo com as actas nada foi decidido nessa reunião. No entanto, e numa conversa informal, a comissão falou sobre a possível resolução do caso. O conselheiro Domingos Lopes pediu dispensa por considerar que existia "colisão de ordem familiar e pessoal", uma vez que era filho de um dirigente do Gil Vicente FC. Então, Gomes da Silva, presidente da Comissão Disciplinar da Liga, pronunciou-se no sentido de se abster à votação visto não ser necessário o seu voto de qualidade para um possível desempate, pois os restantes membros, precisamente Pedro Mourão e Frederico Cebola, iriam votar a favor do Belenenses.

No dia seguinte, 2 de Junho, Domingos Lopes apresentou-se na Comissão Disciplinar da Liga dizendo que já poderia votar para o caso. Assim, na votação oficial do caso Mateus, Pedro Mourão e Frederico Cebola votaram a favor do Belenenses, Domingos Lopes votou a favor do Gil Vicente, e Gomes da Silva na qualidade de presidente desta comissão, votou a favor do Gil Vicente, valendo este voto como voto de qualidade.

Os juízes Pedro Mourão e Frederico Cebola, que votaram vencidos, teceram fortes acusações aos colegas, acabando ambos inclusive por se demitirem do cargo pedindo a anulação da votação, visto que a comissão sem eles ficava sem quórum. No entanto, o presidente da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso, recusou aceitar as demissões.

Os intervenientes que actuaram com má fé neste caso estão identificados, e, obviamente, não são os juízes Pedro Mourão e Frederico Cebola.

Que comentário nos merece esta passagem do "Apito Encarnado"?

Nenhum! O ridículo da questão é demasiado óbvio e perceptível, não necessitando de qualquer comentário adicional...

"Dossier Apito Encarnado" disponível aqui:

http://www.sendspace.com/file/tmrb2o