Jorge Jesus




O Belenenses deve muito a Jorge Jesus pelo quem feito desde há um ano. Muito mesmo. Aqui lhe reiteramos o nosso agradecimento.

No entanto, não há nenhum clube no mundo que possa assentar exclusivamente num treinador.

Nem há nenhum treinador no mundo que, mais tarde ou maids cedo, não acabe por ter resultados decepcionantes.

A nossa estima e gratidão por Jorge Jesus não nos deve fazer esquecer isto mesmo.

A despreocupação seja com o que fôr, porque o Jesus resolve, é perigosa. Mais: é indesejável. Aliás, há dois anos, se bem se lembram, Carlos Carvalhal sabia tudo. Não era? Não estamos a comparar, porque o trabalho de um e outro é incomparável. Mas convém não esquecer.

Se um dia Jorge Jesus se fôr embora, se as coisas lhe começarem a correr mal...ficamos com quê?

Se não se pode, e não pode mesmo, esquecer que houve responsáveis pelas contratações e permanências de Carvalhal e Couceiro, com os resultados que se sabem; e se a vinda de Jesus para o Belenenses se deveu, porventura, a pressões e sugestões de vários sectores azuis, também não se pode tirar o mérito a quem não tem estragado o trabalho de Jesus (e tantas vezes, há directores que estragam os trabalhos de treinadores!) e vem garantindo a contratação de jogadores que cumpriram (o ano passado) ou que parecem ter qualidade (na época que se está a iniciar).

Mas não se pode ignorar o muito que há para fazer no Belenenses.

O Belenenses não é só contratar uns jogadores; e não pode ser nem é só Jorge Jesus.

Não nos iludamos: ele não é infalível, nem eterno, nem omnipotente nem omnipresente.

Tem é trabalhado muito bem, na sua área e talvez até mais, justificando o nosso respeito e gratidão.

Por isso mesmo, aproveite-se agora para avançar em muitas outras frentes.

Não seria bom que daqui a uns tempos, com tudo o resto por fazer, se tivesse que ir à procura de outro Jesus.