NÃO MERECÍAMOS!!!
Não merecíamos – mais uma vez! – as lágrimas de tristeza e o desespero que pôs fim ao sonho de uma vitória que sentimos ao nosso alcance.
Não merecíamos que se acrescentasse mais sofrimento a um clube martirizado e a adeptos carregados de melancolia.
Tudo isto, porém, fica compensado pela alegria de estar ali, pelo companheirismo dos verdadeiros, pelo gosto renovado do desafio, pelo reassumir da rivalidade, pela alegria de ver beléns de todo o mundo.
De todo o mundo sim!!!… vimos faixas da Suiça, do Minho, de Bragança, de Vila Real, do Porto, de Ermesinde, de Vila do Conde, de Espinho, de Estarreja, da Bairrada, de Viseu, da Covilhã, de Coimbra, de Tomar, de Óbidos, de Peniche, de Elvas, do Laranjeiro, da Costa da Caparica/Trafaria, do litoral alentejano, de Santiago do Cacém, de Faro… além dos núcleos da Fúria Azul, não só da grande Lisboa e Margem Sul, como ainda do Alentejo e de Ovar…
Mas…há mais coisas que não merecíamos, nós que somos 100% Belém até morrer.
Não merecíamos a traição de quem vendeu bilhetes a sportinguistas… É preciso e justo que se tomem medidas exemplares, para que tal nunca mais aconteça. Nunca, nunca mais!
Não merecíamos a traição de quem não hesitou em fazer-se acompanhar de amigos ou familiares “lagartos” equipados a rigor. Se eles não se importam, pensem que outros se importam e que estão a violentá-los. Fundamentalismo? Nada disso. Auto-estima. Sentido de nação clubística. Sentimento de pertença… é disto que se fazem os grandes clubes. Somos muito civilizados, os belenenses? Pois somos. Mas não é motivo para abusar e espezinhar. No topo Norte havia belenenses, que conseguiram bilhetes por meio de amigos ou familiares sportinguistas. Conhecemos alguns. Mas nenhum deles se pôde manifestar ou ir trajado à belenenses, por razões evidentes.
O relatado nos dois parágrafos tem um nome: traição. Mais uma! E não queremos nem uma mais!
Não merecíamos que a quase totalidade dos bilhetes da Federação fossem para as mãos de sportinguistas. Poder-se-ia ter feito algo para o evitar? Não sabemos. Esperamos que se tenha tentado. Se não se tentou, também seria uma traição.
Não merecíamos que horas e horas de trabalho para fazer 8.000 bandeiras azuis fossem impiedosamente deitadas a perder. Independentemente disso, a coreografia foi estrondosa. Mas tê-lo-ia sido ainda mais, sem esses entraves e algumas ajudas.
Não merecíamos que, dois dias depois, se deixe esquecer a nossa presença na Final da Taça, nos jornais e não só.
Não merecíamos que se deixe perder o entusiasmo e que não se faça com que o Belenenses estenda a onda.
Não merecíamos ter que aguentar com a capa da Bola a falar da ida de Ruben Amorim para o Benfica. É uma bofetada no nosso orgulho, no nosso gosto e vontade de ser rivais.
Algumas destas coisas terão sempre que ficar assim: não merecíamos. Outras, contudo, são, ainda, para já, não merecemos. Ainda se pode fazer algo para que não sejam assim. Desmentidos, protestos, iniciativas, acção...
Vamos tentar fazer, em alguns casos. Não podemos adormecer! Noutros, que não dependem de nós, vamos esperar que se faça e/ou que se deixe fazer…
(fotos de http://cruzdecristo.blogspot.com/ e http://faajuda84.blogspot.com/ e dos editores deste blog).
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