Semana "Restelo cheio" no Belém até Morrer.

Temos de reconhecer que ficámos muito desiludidos no Sábado, aquando do jogo frente ao Aves. Nos dias que antecederam esta partida convencemo-nos que o Restelo iria registar uma excelente assistência, mas… nada!
“Nem as vitórias são suficientes para trazer os associados e adeptos belenenses ao Estádio”, pensámos com alguma amargura.

E, como verificámos após o jogo de Leiria, não fomos só nós a ficar desiludidos. O próprio Jorge Jesus abriu a Alma, e expressou o que por certo anda na cabeça de todos os jogadores:
“Queremos mostrar a nossa força, uma vez que os adeptos têm andado um bocadinho escondidos. Temos visto o Estádio do Restelo com pouca gente e queremos saber se de facto somos a quarta equipa em Portugal”, afirmou em jeito de desafio.

Decidimos, entretanto, deixarmo-nos de lamúrias mentais inconsequentes e fazer algo que, esperamos, contribua de alguma forma para que a imagem do Restelo desoladoramente vazio seja definitivamente enterrada no passado.

Somos sonhadores: aliás todos os belenenses o são.
Não obstante, não temos ilusões que passem por varinhas mágicas que basta agitar e pronto: todos os nossos sonhos são realizados instantaneamente.
Por outras palavras, sabemos que o Restelo não vai passar a estar repleto de belenenses de um dia para o outro. Tem de ser um processo gradual, e as grandes medidas de fundo, as medidas estruturais, envolvem por vezes mais do que a simples vontade. De entre estas salta imediatamente à vista a questão dos jogos televisionados, ou seja, a questão dos jogos à noite e a dias de semana.
Este é, em nossa opinião, o problema número do Belenenses e do futebol português em geral, mas, conscientemente, vamo-nos abstrair dele.




Não há medidas milagrosas, afirmamos novamente. No entanto, tem de ser criada uma dinâmica de mudança, de inversão da realidade actual e o momento é… AGORA!

Todos sabemos como as vitórias são importantes para dinamizar um clube, para criar uma onda de entusiasmo que faça renascer uma instituição adormecida. E o Belenenses é, sem dúvida, um gigante adormecido.

Dois cenários se nos apresentam neste momento:
O primeiro passa por uma série de vitórias conjunturais dentro das 4 linhas mas que, todavia, não ultrapassa os limites do rectângulo verde, não invade positivamente o clube em termos estruturais e humanos.
No segundo, tudo se passa de modo radicalmente oposto: as vitórias em campo são catapultadas para todos os aspectos da vida do Belenenses e o factor humano – o mais importante afinal – ganha um impulso irresistível que se traduzirá, entre outros aspectos, nas assistências aquando dos jogos caseiros dos azuis do Restelo.

Queremos contribuir, afirmámos. Dentro deste desígnio deslocamo-nos até ao estádio do Restelo e sentamo-nos, sozinhos, um pouco a pensar.
Observamos as diferentes bancadas e tendo em atenção as mesmas pensámos numa forma de as encher tendo em conta as suas especificidades – bancadas de sócios, não sócios, etc.

Consequentemente, dedicaremos toda esta semana ao Estádio do Restelo, numa série de artigos que pretendem apresentar ideias e lançar o debate sobre esta temática. Todas as ideias são bem-vindas. O Belém até Morrer não deseja ser um espaço no qual os monólogos imperam. Muito pelo contrário. Este é, se os leitores assim o entenderem, um espaço de diálogo acerca de todos os aspectos da vida do nosso Belenenses.
Participem!