Paços vs Belenenses: Análise Belém até Morrer

Nova jornada da Liga, novamente frente a um adversário directo na luta pelos lugares europeus da classificação: o Paços de Ferreira.
Credenciais: 18 jogos e mais de um ano sem perder na Mata Real.

O Belenenses entrou nas 4 linhas sem novidades no que diz respeito ao 11 inicial: regresso de Silas no lugar de Garcés, repetindo-se os 10 jogadores que haviam vencido o Nacional.
Também em termos tácticos nada de novo, com o habitual 4x3x3 azul. De resto, também José Mota escalonou o seu 11 segundo este esquema.

Inédito nos últimos tempos só o “cinismo” belenense, algo muito habitual nas anteriores equipas de Jorge Jesus – o Leiria era um claro exemplo disto mesmo.
Assim, os azuis do Restelo não assumiram a despesa do jogo. Muito pelo contrário. Pragmáticos, deram corda aos pacenses e estes, no final de contas, sempre se acabaram por enforcar.
Jogar no erro do adversário, fazê-lo acreditar, afinal de contas, deixá-lo entusiasmar-se ofensivamente à espera de um deslize defensivo.
E foi isto o que aconteceu, ao cair do pano dos primeiros 45 minutos.

Pelo meio muito sofrimento, com a muralha defensiva azul – na qual assentava a estratégia de Jesus – a abrir aqui e ali flagrantes brechas.
Ainda assim, só ao 18 minutos o Paços cria a sua primeira oportunidade de golo, com Renato Queirós – recentemente entrado -, numa jogada de insistência, a atirar para defesa de Marco.
De resto, o suplente Renato Queirós revelou-se uma autêntico quebra cabeças para a defesa azul, surgindo em quase todas as jogadas de perigo dos da casa.
Assim foi aos 23 minutos, com novo remate do camisola 7 pacense e nova defesa de Marco. Num período de grande assédio às redes azuis, passam somente 2 minutos até Nivaldo – 1ª parte atipicamente de má qualidade – se antecipar a Renato Q. que já se preparava para marcar.
A passagem dos 30 minutos mais Paços e mais Renato Q., que desta feita cabeceia ao lado da baliza defendida por Marco G.
Mais do mesmo 2 minutos volvidos, com Marco a antecipar-se e a ser atingido posteriormente por Renato.
O jogo pacense baixa de nível depois deste lance, e é o Belenenses a assustar, finalmente, Peçanha: cabeceamento ao lado de Nivaldo aos 37 minutos.
5 minutos volvidos, novo remate pacense, sempre através de Renato Q., obriga Marco G. a defesa difícil.

Até que surge, já ao cair do pano, o golo belenense: Cândido Costa combina com Silas que com um passe mágico, de calcanhar, isola o médio azul para o primeiro golo da partida.

Está justificada a utilização da palavra “cinismo” para caracterizar e actuação em Paços: um remate, um golo…

Nos segundos 45 minutos o jogo não mudou muito de feição, apesar de 15 minutos iniciais relativamente calmos para a retaguarda azul – remate de Antunes por cima e nada mais.
Precisamente à viragem do primeiro quarto de hora, surge um dos momentos do jogo: remate longínquo que Marco defende para à frente, proporcionando uma recarga aparentemente fácil a Renato Q. que, todavia, atira para as nuvens. Os deuses do futebol estavam com o Belenenses – e em vários palcos: golos de Beira-Mar e Setúbal nos últimos minutos, nas partidas frente a Marítimo e Leiria.
O assédio pacense acentua-se, e imediatamente Antunes dispara forte, mas ao lado, da baliza azul.
Foi o canto do cisne para o Paço de Ferreira.
Verifica-se uma acalmia no jogo e Jesus, lendo muito bem o adiantamento pacense, resolve substituir Silas e fazer entrar Garcés.
E assim, do banco, Jesus ganhou o jogo.
Com o Paços a arriscar tudo e a deixar muitas vezes somente três defesas na retaguarda, o espaço era imenso e altamente propicio à velocidade de Dady e de Garcés.
Imediatamente o panamiano isola-se, mas, deslumbrado, perde-se em fintas e acaba por ver o remate interceptado por um defesa adversário.
O segundo golo azul, todavia, não demorou muito. Jogada pelo lado esquerdo do ataque azul com Rodrigo Alvim a centrar rasteiro para o remate vitorioso, ao segundo poste, de Dady: sexto golo da cabo-verdiano na liga.
Dady beneficia imenso com a companhia de Garcés, que frequentemente arrasta consigo os defesas e cria espaços nas suas costas.
Seguiram-se 15 minutos à Belenenses, com domínio azul a meio campo e passes certeiros para as costas da adiantada defesa pacense. O terceiro golo azul poderia ter inclusive surgido, mas seria castigo demais para o esforço dos homens da casa.

Novamente em 4º lugar da classificação, o nosso Belenenses soma e segue.
Sexta vitória fora do Restelo, num total de 20 excelentes pontos enquanto visitante.
Segue-se, no Restelo, o Aves.

Resumo televisivo