Belém até Morrer On Tour: Paços
Mais um Domingo, ou melhor, mais um Domingo em que o grande Belenenses se deslocava até às terras nortenhas em busca do sonho europeu.
Depois do inferno da época passada, pode-se dizer, o paraíso. O paraíso em tons de azul, entenda-se; o paraíso dentro e fora das 4 linhas, ou se quiserem, quando a bola entra, quando o/a ultra canta, quando este/a mesmo/a ultra olha à sua volta e arrepia-se com a grandeza do seu grupo: sou feliz, penso então, feliz por ser belenense e por ser furioso.
Mas comecemos pelo princípio…
A debandada furiosa até Paços de Ferreira tinha hora e local marcado: 13 horas, Estádio do Restelo.
Os preparativos para a viagem iniciaram-se um pouco mais cedo, mas em poucos minutos tudo estava pronto: os alimentos líquidos para evitar a desidratação; as faixas, bandeiras, estandartes e tudo o mais.
Sentia-se a confiança no ar, o sol brilhava, o céu, esse, algum belenense excêntrico havia-o mandado pintar de azul… Com a lotação do bus esgotada e ultrapassada, perspectivava-se uma viagem em que nem todos teriam um lugar sentado, mas tal não chegou a acontecer visto que alguns ultras falharam à chamada – e ao fazê-lo impediram que outros ultras pudessem apoiar o seu Belém…
Ainda assim, o bus furioso saiu do Restelo cheio, e se cheio estava pouco depois esgotou. Devido a meia maratona de Lisboa e trânsito estava impossível – eram imensas as ruas simplesmente cortadas ao trânsito – sendo necessário efectuar uma pequena paragem no Campo Grande para recolher 5 ultras que não conseguiram estar à hora marcada no Restelo.
Nada de grave, e cerca das 13h30 o bus furioso devorava já os quilómetros da A1 que nos separavam de Paços.
Com os problemas “bexigais” menos activos em relação a outras ocasiões, a primeira paragem furiosa foi efectuada na área de serviço de Leiria, onde o stock de alimentos líquidos e sólidos foi reposto. Enquanto isso, alguns ultras tiraram algumas fotos. De novo na estrada, alguns furiosos ensaiaram um novo cântico que acabou por não ser devidamente estreado, mas que, certamente, o será dentro em breve.
A segunda paragem do dia era suposto ter sido curta, mas acabou por se prolongar por cerca de meia-hora, já que um ultra da Ajuda, acusando o nervosismo do jogo que tínhamos pela frente, esvaiu-se continuamente numa série interminável de convulsões vómicas. Nada que uma água das pedras não aliviasse.
Resultado: estávamos de novo atrasados, ou pelo menos assim pensámos.
Mas, sem mais paragens (apesar dos gemidos gays do Lóri que implorava que se parasse, que alguém parasse?) o bus lá conseguiu percorrer em tempo record os 140 quilómetros que distanciavam a área de serviço da Mealhada de Paços de Ferreira.
Seriam cerca de 18h00 quando avistámos a Mata Real.
Depois da habitual revista à entrada – ficámos a saber que em Paços de Ferreira os isqueiros não entram, e só no final do jogo descobrimos porquê! – as faixas foram colocadas rapidamente e tudo estava preparado quando a mágica camisola azul gravada com a cruz de Cristo surgiu.
Ergueram-se os estandartes, rodopiaram-se as bandeiras, exibiram-se os cachecóis e puxou-se pela garganta: a bancada ficou colorida e o fim de tarde dourado foi invadido pelos gritos da esperança: Belém, Belém, Belém!!! Seriam cerca de 200 os belenenses presentes, entre os quais 70 (80?) ultras da Fúria Azul. Na baliza oposta ao local onde nos encontrávamos o sol punha-se e pintava a tela verde do relvado com tons dourados do que viria a ser a fortuna azul. De facto, depois de 45 minutos decepcionantes, perspectivava-se um nulo simpático ao intervalo quando Silas fez magia e Cândido Costa atirou sem piedade para o fundo das malhas pacenses: loucura na bancada azul – com Jesus no banco e a cruz de Cristo ao peito também os caprichosos deuses no futebol estavam connosco.
Apito inicial da 2ª parte. A Fúria Azul recomeça a cantar, o Belém a sofrer, mas estava escrito algures que iríamos vencer: estávamos em 4 lugar, mais um passo em diante em direcção ao retorno à Europa do futebol, e quando tudo corre bem: corre mesmo muito bem!!!
Bola na esquerda do ataque azul. Rodrigo Alvim centra rasteiro, os olhos dos belenenses colam-se na bola como que enfeitiçados: goloooooooooooooooo!!!
Dady sela com chave de ouro a vitória azul e observa com admiração os festejos na bancada: comunhão! Esforço e suor dentro das 4 linhas; amor clubistico e dedicação incondicional à camisola azul…
E o Carnaval instalou-se, fora de tempo, em Paços de Ferreira: lá lá lá lá lá lá lá!!!
Quem lá esteve – e também em Gondomar – sabe do que estou a falar: duas centenas de belenenses, novos, velhos, ultras, não ultras, cantaram, festejaram, rejubilaram!
Vencemos: tínhamos que vencer! Mais: não poderia ter sido de outra forma.
O Belenenses está vivo! O Belenenses é alegria! O Belenenses é festa! O Belenenses é isto: é ter orgulho de sermos quem somos, é não ter vergonha das nossas cores! Que nenhum belenense, de hoje em diante, tenha vergonha de ser belenense! Quando deixámos de ter prazer em sermos belenenses o nosso clube morre um pouco mais. Orgulho: todos nós temos de sentir orgulho em sermos Belenenses!
Regresso a Lisboa sem novidades, ou seja, em festa.
Chegada ao Restelo cerca da 1 e meia da madrugada.
Última nota caricata: lembram-se dos isqueiros que a GNR impedia de entrar no estádio? Acontece que estes, à saída, tinham desaparecido!!! Já assistimos a muitas peripécias que envolvessem o policiamento de estádios de futebol, mas adeptos a serem roubados pela polícia foi uma novidade: que não se repita.
Depois do inferno da época passada, pode-se dizer, o paraíso. O paraíso em tons de azul, entenda-se; o paraíso dentro e fora das 4 linhas, ou se quiserem, quando a bola entra, quando o/a ultra canta, quando este/a mesmo/a ultra olha à sua volta e arrepia-se com a grandeza do seu grupo: sou feliz, penso então, feliz por ser belenense e por ser furioso.
Mas comecemos pelo princípio…
A debandada furiosa até Paços de Ferreira tinha hora e local marcado: 13 horas, Estádio do Restelo.
Os preparativos para a viagem iniciaram-se um pouco mais cedo, mas em poucos minutos tudo estava pronto: os alimentos líquidos para evitar a desidratação; as faixas, bandeiras, estandartes e tudo o mais.
Sentia-se a confiança no ar, o sol brilhava, o céu, esse, algum belenense excêntrico havia-o mandado pintar de azul… Com a lotação do bus esgotada e ultrapassada, perspectivava-se uma viagem em que nem todos teriam um lugar sentado, mas tal não chegou a acontecer visto que alguns ultras falharam à chamada – e ao fazê-lo impediram que outros ultras pudessem apoiar o seu Belém…
Ainda assim, o bus furioso saiu do Restelo cheio, e se cheio estava pouco depois esgotou. Devido a meia maratona de Lisboa e trânsito estava impossível – eram imensas as ruas simplesmente cortadas ao trânsito – sendo necessário efectuar uma pequena paragem no Campo Grande para recolher 5 ultras que não conseguiram estar à hora marcada no Restelo.
Nada de grave, e cerca das 13h30 o bus furioso devorava já os quilómetros da A1 que nos separavam de Paços.
Com os problemas “bexigais” menos activos em relação a outras ocasiões, a primeira paragem furiosa foi efectuada na área de serviço de Leiria, onde o stock de alimentos líquidos e sólidos foi reposto. Enquanto isso, alguns ultras tiraram algumas fotos. De novo na estrada, alguns furiosos ensaiaram um novo cântico que acabou por não ser devidamente estreado, mas que, certamente, o será dentro em breve.
A segunda paragem do dia era suposto ter sido curta, mas acabou por se prolongar por cerca de meia-hora, já que um ultra da Ajuda, acusando o nervosismo do jogo que tínhamos pela frente, esvaiu-se continuamente numa série interminável de convulsões vómicas. Nada que uma água das pedras não aliviasse.
Resultado: estávamos de novo atrasados, ou pelo menos assim pensámos.
Mas, sem mais paragens (apesar dos gemidos gays do Lóri que implorava que se parasse, que alguém parasse?) o bus lá conseguiu percorrer em tempo record os 140 quilómetros que distanciavam a área de serviço da Mealhada de Paços de Ferreira.
Seriam cerca de 18h00 quando avistámos a Mata Real.
Depois da habitual revista à entrada – ficámos a saber que em Paços de Ferreira os isqueiros não entram, e só no final do jogo descobrimos porquê! – as faixas foram colocadas rapidamente e tudo estava preparado quando a mágica camisola azul gravada com a cruz de Cristo surgiu.
Ergueram-se os estandartes, rodopiaram-se as bandeiras, exibiram-se os cachecóis e puxou-se pela garganta: a bancada ficou colorida e o fim de tarde dourado foi invadido pelos gritos da esperança: Belém, Belém, Belém!!! Seriam cerca de 200 os belenenses presentes, entre os quais 70 (80?) ultras da Fúria Azul. Na baliza oposta ao local onde nos encontrávamos o sol punha-se e pintava a tela verde do relvado com tons dourados do que viria a ser a fortuna azul. De facto, depois de 45 minutos decepcionantes, perspectivava-se um nulo simpático ao intervalo quando Silas fez magia e Cândido Costa atirou sem piedade para o fundo das malhas pacenses: loucura na bancada azul – com Jesus no banco e a cruz de Cristo ao peito também os caprichosos deuses no futebol estavam connosco.
Apito inicial da 2ª parte. A Fúria Azul recomeça a cantar, o Belém a sofrer, mas estava escrito algures que iríamos vencer: estávamos em 4 lugar, mais um passo em diante em direcção ao retorno à Europa do futebol, e quando tudo corre bem: corre mesmo muito bem!!!
Bola na esquerda do ataque azul. Rodrigo Alvim centra rasteiro, os olhos dos belenenses colam-se na bola como que enfeitiçados: goloooooooooooooooo!!!
Dady sela com chave de ouro a vitória azul e observa com admiração os festejos na bancada: comunhão! Esforço e suor dentro das 4 linhas; amor clubistico e dedicação incondicional à camisola azul…
E o Carnaval instalou-se, fora de tempo, em Paços de Ferreira: lá lá lá lá lá lá lá!!!
Quem lá esteve – e também em Gondomar – sabe do que estou a falar: duas centenas de belenenses, novos, velhos, ultras, não ultras, cantaram, festejaram, rejubilaram!
Vencemos: tínhamos que vencer! Mais: não poderia ter sido de outra forma.
O Belenenses está vivo! O Belenenses é alegria! O Belenenses é festa! O Belenenses é isto: é ter orgulho de sermos quem somos, é não ter vergonha das nossas cores! Que nenhum belenense, de hoje em diante, tenha vergonha de ser belenense! Quando deixámos de ter prazer em sermos belenenses o nosso clube morre um pouco mais. Orgulho: todos nós temos de sentir orgulho em sermos Belenenses!
Regresso a Lisboa sem novidades, ou seja, em festa.
Chegada ao Restelo cerca da 1 e meia da madrugada.
Última nota caricata: lembram-se dos isqueiros que a GNR impedia de entrar no estádio? Acontece que estes, à saída, tinham desaparecido!!! Já assistimos a muitas peripécias que envolvessem o policiamento de estádios de futebol, mas adeptos a serem roubados pela polícia foi uma novidade: que não se repita.
.
Amanhã Fotoreportagem completa.
|