O jogador azul da semana é...

AHAMADA...
De facto depois dos três golos do francês frente ao Penafiel tornou-se muito fácil eleger o jogador azul da semana, tendo sido a excelência da sua exibição praticamente unânime. Não obstante, trata-se de um jogador "mal-amado" no Restelo, apesar de a partir do momento que teve mais oportunidades de jogar as suas exibições terem melhorado progressivamente. Assim, participou em 13 jogos, 8 dos quais entanto titular.

O blog do Belenenses considerou que Ahamada "Fez o que quis da defensiva Penafidelense, foi uma seta apontada à baliza duriense. Marcou um hat-trick, mas mais importante ainda foi toda a dinâmica que deu ao ataque e o entendimento com Romeu".

Já no blog CFBelenenses, numa análise confirmada pelo próprio jogador, pode-se ler que Ahamada "Finalmente jogou na posição mais adequada às suas características. Foi o melhor jogador em campo, mercê, não só dos três golos que apontou, mas de tudo o que jogou e fez jogar. Rápido e incisivo nas movimentações ofensivas, torna o seu futebol bastante objectivo, procurando jogar sempre no sentido da baliza adversária. Importantíssimos estes golos para ganhar a confiança que lhe parecia faltar. É um jogador bem dotado tecnicamente e que poderá finalmente potencializar as suas capacidades e revelar-se fundamental nesta segunda volta. Respondeu com uma excelente exibição a quem já punha em dúvida a sua qualidade".

Transcrevo agora parcialmente a entrevista que o jogador concedeu ao jornal “O JOGO", sendo de realçar os comentários do jogador quanto a sua posição em campo e também o desmentido face a uma proposta "paráquedista" da China. Mais uma vez ficou provado que os diários desportivos não têm qualquer espécie de rigor informativo, vendendo jornais a qualquer preço.

"O Jogo:Pela primeira vez na sua carreira, marcou três golos num só jogo. Alguma explicação especial?
AHAMADA: Bem, até este jogo, eu tinha sempre alinhado numa das alas, fosse a esquerda ou a direita. Desta vez, o treinador colocou-me a jogar mais perto do ponta-de-lança, como eu fazia no Nantes... e resultou.
P: Assim teve mais liberdade ofensiva...
R: Sim, e penso que assim é mais fácil conseguir aproveitar as minhas qualidades. Esta é que é a minha verdadeira posição - sou um jogador que gosta de ter espaço. Na ala, tenho menos espaço, porque estou quase sempre marcado, enquanto assim tenho mais vezes a bola e é mais fácil para mim, mas, claro, é o treinador que escolhe e, se ele me voltar a colocar numa ala, é assim que eu tenho de tentar fazer o meu jogo.
P: De qualquer forma, o segredo não foi só esse, porque, habitualmente, apenas aponta dois, três ou quatro golos por época... Não há outra explicação? Por exemplo, de ordem mística?
R: Não, não tenho nenhum tipo de orientação religiosa, até sou ateu. Gosto de todas as religiões e respeito-as a todas. O meu pai é muçulmano, a minha mãe é cristã, eu respeito-os, mas não acredito em nada particularmente.
P: Estava a precisar de uma motivação como esta?
R: Sim, trouxe-me muita confiança e motivação, mas, ao mesmo tempo, também sei que preciso é de continuar a trabalhar.P: Foi a primeira vez que recebeu uma ovação no Restelo...R: Sim, é verdade. Fiquei muito contente. Deu-me um enorme prazer, foi muito gratificante. Fez-me bem ao moral saber que lhes agradei e dá-me uma confiança suplementar para tentar fazer ainda melhor."Recuperei o prazer de jogar"
P: Na selecção francesa de Sub-18, onde chegou a ser campeão da Europa, era titular numa equipa em que jogavam também Pongolle [Liverpool], Mendy [PSG] ou Givet [Mónaco], por exemplo. Agora, aos 24 anos, pensa ainda chegar ao patamar onde eles estão hoje?
R: Sim, mas, em primeiro lugar, deve dizer-se que eu tive algum azar, há três anos, quando fiz uma rotura de ligamentos. Mas o mais importante foi ter recuperado o prazer em jogar e isso eu consegui.
P: Mas vai voltar ao mesmo nível do que quando era considerado um dos melhores jogadores franceses da sua geração?
R: Trabalhando, penso que sim. Quero voltar ao mesmo nível que já tive e ingressar num grande clube.
P: É verdade que recebeu uma proposta para jogar na China?
R: Penso que não é verdade, mas, mesmo que fosse, não me sentiria preparado para jogar na China. Quero continuar a tentar a minha sorte na Europa durante mais algum tempo. Ainda sou jovem e tenho coisas bonitas para mostrar. Portanto, para já, não me interessa uma proposta como essa.
P: O dinheiro não é importante para si?
R: Bem, nós trabalhamos para ter dinheiro, é verdade, mas eu penso para mim mesmo que, se eu for bom, o dinheiro há-de aparecer. Portanto, é preciso é ser bom... e para ser bom é preciso trabalhar. Nunca me transferirei só por dinheiro, mas sim por um desafio que seja desportivamente interessante e que me dê possibilidades de me divertir ao máximo."