Depois da bonança a tempestade?





Domingo, 16 horas, Estádio do Restelo. Um breve olhar ao meu redor foi o suficiente para compreender que o reboliço humano e o entusiasmo da deslocação ao Porto não se repetiria naquele dia. O efeito Estrela encontrava-se ainda muito presente.
Não obstante, dois autocarros fizeram a viagem, com cerca de 80 Belenenses a bordo, entre os quais 35 furiosos e o engenheiro Cabral Ferreira.

A viagem para cima reflectiu o estado de alma e as expectativas dos presentes, e o alegria foi q.b., com os ultras azuis um tanto adormecidos e melancólicos. Somente a notícia da vitória dos Guerreiros na Porto animou momentaneamente as hostes furiosas.
A habitual paragem na auto-estrada foi em Pombal, e pouco depois, por volta das 20 horas, alcançamos o nosso destino: a Figueira da Foz.

Com a chegada um pouco mais cedo do que geralmente acontece, houve ainda tempo de comer alguma coisa antes de entrar no estádio dos da casa.
Nas bancadas despidas encontravam-se, no início do jogo, cerca de 90 Belenenses, entre os quais 3 furiosos que fizeram a viagem desde Ovar.
O tempo, à semelhança do viria a ser o jogo, encontrava-se escuro e choramingão.

Que dizer dos primeiros 45 minutos?
FRAQUISSÍMA exibição azul, com uma quota parte das responsablilidades a caber, em nossa opinião, às desastradas opções de Carvalhal.
Deixando Paulo Sérgio no banco e colocando o Ricardo Araújo no centro do terreno, o treinador azul pretendeu reforçar o meio-campo, que tão mal se dera contra os 4 centro campistas estrelistas.
Não resultou! os adversários foram sempre superiores na zona intermediária, perante a absoluta incapacidade de José Pedro, Pinheiro, Rui Ferreira e Araújo.
Inclusive em termos ofensivos praticamente não existimos, com o golo de Meyong a resultar do único remate à baliza adversária.

Com Ahamada desinspirado na esquerda e sem extremo direito, o até há pouco tempo melhor ataque da Super-Liga simplesmente não existiu.
Defensivamente, com o meio-campo sempre preso em invisíveis amarras psicológicas e a muito visíveis amarras fisícas, as dificuldades azuis foram igualmente muitas, sobretudo nas laterais, com Faísca sem categoria para ser titular e com Amaral na sua pior forma de sempre desde que chegou ao Restelo.
Sem surpresa, a Naval inaugurou o marcador tendo ficado ainda outras oportunidades por marcar.

Entretanto, Carvalhal reagira ao golo e pouco depois substituiu de uma assentada a ala esquerda azul, com a entrada de Paulo Sérgio e Djurdvic.
Consequentemente, o futebol belenenses melhorou um pouco, apesar do promissor golo do empate ter ocorrido um pouco contra a corrente do jogo. Seja como for, o lado direito permaneceu orfão. Tenria sido mais interessante manter em campo Ahamada e substituido Araújo.

Na segunda parte, Pinheiro procurou sem sucesso ocupar mais vezes o lado direito do ataque azul que melhorou sobretudo devido a presença de Paulo Sérgio que entretando havia deixado a ala esquerda.
Não obstante o golo da Naval, mais uma vez da responsabilidade de Amaral que praticamente não levantou os pés do chão, a produção ofensiva azul foi substancialmente melhor, fruto também da lesão de Djurdvic e do consequente recuo de Araújo e entrada de R. Amorim.
Mas se na primeira parte a eficácia ofensiva foi de 100%, já nos segundos 45 minutos esteve simplesmente desastrada ou esbarrou na inspiração do guarda-redes da casa.

Nas bancadas(talvez com 500 ou 600 espectadores ?!?!), reproduziu-se o cenário das 4 linhas, com os ultras da casa, a Squadra Verdi, sempre na liderança por via de cânticos constantes a um elevado nível decibélico.
Em oposição, a Fúria Azul, com uma deslocação muito aquém das expectativas, esteve sempre apática na primeira parte, tendo reagido um pouco nos segundos 45 minutos, período no qual os seus cânticos foram mais contínuos mas ainda assim pouco potentes.
Resumindo, os 30 ou 35 ultras azuis foram claramente insuficientes para os cerca de 100 ultras da casa, que dominaram sempre os acontecimentos.

O regresso a Lisboa foi feito sem novidades, sendo de destacar pelo seu mau tom o facto do Engenheiro Cabral Ferreira não ter regressado à capital juntamente com os adeptos mas sim numa viatura particular.
Se tivessemos ganho teríamos contado com a presença do Presidente do Belenenses no autocarro?