FÚRIA AZUL ON TOUR 2004-2005 - SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA COM O RUI.

BELÉM ATÉ MORRER/AZULÃO - No mesmo sentido da tua interpretação, parece-nos que a presença da Fúria nos jogos da super-liga fora do Restelo pode ser dividida e agrupada em dois blocos quase antagónicos. O primeiro dos quais, caracterizado pela presença massiva de ultras, corresponde de grosso modo a cerca de 5 ou 6 deslocações: Estoril, alvalade, Leiria, luz, Amadora...
Contrastando com estes jogos que consideramos de forte presença, surgem alguns jogos acima do Porto, sobretudo no Minho: Moreira de Conêgos, Braga, Penafiel...
Fala um pouco acerca destes jogos, sobretudo as "invasões" nos jogos realizados na grande Lisboa, em termos de presença numérica, apoio vocal, etc.

R.- Antes de mais, não considero que a deslocação a Moreira tenha sido fraca, já que o apoio vocal siuou-se num nível elevado, sendo o grupo da casa inclusive "abafado". Quanto a Braga, Vila do Conde e Penafiel, foram dos jogos mais fracos fora de casa.
Sempre que levamos um autocarro o apoio é bom, já nas deslocações efectuadas em carrinhas e carros encontramo-nos um pouco mais limitados em termos numéricos, tendo sido precisamente o que sucedeu em Braga e Vila do Conde.

B.A.M./A.- Pormenoriza a tua avaliação em relação aqueles 5 melhores jogos da época fora de casa que consideramos de forte presença quantitativa e qualitativa.
Respeitando uma ordem cronológica, começa por comentar a deslocação ao Estoril.

R.- Estoril foi um bom jogo fora das 4 linhas, com a particularidade da Fúria ter-se deslocado de comboio. Ao longo da sua história, foram raras as deslocações da Fúria em comboio, e como já há muito falavamos nisso e surgiu a oportunidade, lá fomos de comboio, não obstante a viagem ter sido curta. Outro aspecto que pode ser realçado, foi o facto de ter ocorrido nesse jogo uma "disputa", entre os vários núcleos da Fúria que levariam X ou Y ultras, tendo sido uma disputa saudável, com a presença de muitos elementos de diferentes núcleos.
Na fase da época em que o jogo se realizou, o Belenenses encontrava-se bem classificado, o que acabou por se reflectir positivamente no apoio dado. Por outro lado, obtivemos cerca de 50 convites, o que acabou por servir para diluír por todos o preço dos restantes bilhetes que ainda foi necessário comprar. No que diz respeito aos cânticos, ao apoio efectivo, o jogo foi igualmente bastante bom, ao nível dos melhores fora do Restelo.

B.A.M./A.-Fala-nos um pouco sobre a visita a alvalade.

R.- Outro dos melhores jogos da Fúria em 2004-2005, em relação ao apoio vocal. Fizemo-nos ouvir mesmo com as três claques da casa a cantar. Uma contrariedade foi o facto de não termos conseguido obter convites, mas ainda assim, o nosso autocarro (de carreira) partiu do Restelo com lotação esgotada. Muitos outros ultras deslocaram-se em viaturas próprias.

B.A.M./A. - Amadora.

R.- O jogo na Amadora foi dos que, nos últimos tempos, mais motivou o clube quer em relação à Fúria, quer em relação aos adeptos do Belenenses em geral. Era um jogo, à partida, em que a possibilidade de passarmos às meias-finais da taça eram grandes, já que o Estrela era teóricamente uma equipa acessivel, da segunda divisão. Perante este cenário, os adeptos estavam empolgados e deslocaram-se em massa à reboleira.
Sucedeu o mesmo com a Fúria Azul, mesmo tendo o jogo sido realizado numa quarta-feira, já que o pessoal saiu mais cedo do trabalho e das aulas e "invadiu" a Amadora. Durante o jogo o apoio vocal foi potente e constante, mas o resultado não foi o esperado.

B.A.M./A.- Luz.

R.- Deslocação em que o ambiente na Fúria foi espectacular...

B.A.M./A.- ...fala um pouco da viagem, como é que colocaram 100 pessoas num autocarro com capacidade para 40? (risos)

R.- Não foram 100, foram cento e tal...(risos)
A nossa previsão em termos de número de ultras não era tão optimista, já que a meio da semana tinhamos somente ceerca de 60 inscrições, ou seja, não pensavamos ser necessário alugar mais de um autocarro. No entanto, na véspera e no próprio dia do jogo, as inscrições foram em massa, atingindo as 150 pessoas. À última hora tentamos alugar mais um autocarro, o que não foi possível já que o jogo realizou-se no fim-de-semana do primeiro de Maio, e os autocarros encontravam-se já todos alugados. Resultado, enfiámos cento e tal ultras num só autocarro, de carreira (tipo carris), e ainda algum pessoal foi "obrigado" a ir de carro.
O ambiente foi espectacular, dos melhores da época, algo que espelha o momento que se vive actualmente na Fúria, com muita amizade e convívio. Os cânticos começaram ainda no Restelo, estenderam-se à curta viagem, depois à entrada na bancada, e prolongaram-se durante todo o jogo propriamente dito. Foi um jogo, portanto, bastante bom em relação ao número de ultras, não obstante a classificação em que nos encontravamos.

B.A.M./A.- Exceptuando os quatro jogos na grande Lisboa que já comentaste, a deslocação a Leiria terá sido, na nossa opinião, um dos pontos altos da Fúria no decorrer desta época.

R.- Leiria foi efectivamente das melhores deslocações da Fúria fora de Lisboa, até mesmo por não ser muito longe. O preço da excursão foi igualmente muito acessivel assim como o próprio bilhete do jogo, mas desta vez o factor classificação não foi importante, já que esta não era boa. Ainda assim, o pessoal aderiu e deslocou-se em grande número, tendo sido o apoio vocal muito forte durante todo o jogo. Levamos imenso material, bandeiras e estandartes, que criou bastante efeito, uma autêntica mancha azul bastante gira e interessanta na curva, que se fez ouvir.

B.A.M./A.- A Fúria Azul, ao longo dos anos, tem desenvolvido diversas amizades com grupos ultras de outros clubes da super-liga. Fala um pouco dos pontos altos da época em termos de convívio com claques amigas.

R.- Nesta época, no que diz respeito a convívios, destaco os momentos que, como sempre, passamos com os ultras do vitória de guimarães, quer no Restelo, quer na cidade-berço. Também ocorreu um convívio muito fixe em aveiro, com os Auri-negros. Em Guimarães, estivemos com os diferentes grupos de apoio ao vitória, White Angels, Insane Guys, Grupo Sempre Vitória e Grupo 1922.

B.A.M./A.- Pensando sobretudo nos adeptos do Belenenses que não se deslocam fora com a Fúria e não tem conhecimento dos diversos convívios entre claques de clubes diferentes, descreve mais pormenorizadamente o que sucede antes e no final dos jogos, se os grupos amigos vão juntos a um bar beber um copo, se jogam à bola, etc.

R.- É o seguinte: este ano não foi possível organizar jogos de futebol com grupos amigos porque os jogos da super-liga têm sido constantemente durante a semana, o que complica imenso as coisas. Geralmente chegamos aos estádios sempre em cima da hora do jogo e quando este acaba temos pressa de regressar a Lisboa devido à hora tardia. Ainda assim, em Guimarães, tivemos oportunidade de dar um pulinho à sede dos Insane, onde bebemos uns copos com o pessoal deste grupo e trocamos histórias e experiências ultras vividas ao longo dos anos. Em Aveiro também houve tempo para irmos a sede dos Auri-negros, onde estivemos com os ultras daquele grupo. Não foi muito pessoal da Fúria, cerca de 11 furiosos, mas o convívio prolongou-se até às tantas da manhã...
Este ano, em termos de convívios, não me lembro de mais nada em relação grupo no geral, apesar de a nível pessoal terem sucedido várias situações... em Penafiel, houve um certo convívio mas não com uma claque, com os simples adeptos daquele clube. Também em Vila do Conde, ocorreu um pequeno convívio com os ultras do rio ave.