O Belenenses de... Carlos Faísca

Futsal uma aposta ganha e com futuro!

Não é apenas pelo excelente trabalho que toda a secção de futsal (que se estende muito para além dos jogadores e técnicos) tem realizado ao longo da época que faço esta afirmação ou do número significativo de adeptos que tem acompanhado a equipa (embora ultimamente esse número tenha ficado um pouco aquém das minhas expectativas) que faço esta afirmação.

É da conjugação desses dois factores com a essência da modalidade em si e da sua projecção na sociedade portuguesa. O futsal é provavelmente a segunda modalidade colectiva de pavilhão que mais impacto tem no mundo desportivo português (e senão o é, em breve o será), pelo que, a recente aposta numa equipa competitiva e a sua manutenção no futuro, é uma mais valia para o clube, em termos de prestígio do seu nome (ou se quiserem da sua marca) e consequentemente na captação de novos adeptos (embora aqui esse potencial seja sempre bastante menor daquele que possui o futebol).

Quanto a mim isso resulta de vários factores, entre os quais:

- Do facto de se tratar de uma adaptação do desporto-rei (futebol);

- Do facto de ser a modalidade que a grande maioria de crianças e jovens pratica como actividade desportiva de lazer (falo por mim e da grande maioria das pessoas que conheço), tornando-a assim num alvo preferencial da atenção destes quer como adeptos e espectadores, quer como praticantes;

- Do facto de existir um campeonato com os maiores clubes desportivos portugueses e deste ser transmitido por via televisiva, e daí retirar um maior peso nos restantes meios de comunicação social.

Assim quando Fernando Sequeira inclui no seu programa eleitoral (e bem!) a intenção de tornar “ (…) as modalidades amadoras (…) uma mais valia para o Clube em termos de imagem, de valorização da marca “Belenenses”, de títulos conquistados, de formação de atletas portadores de uma filosofia e mística do Clube, funcionando, deste modo, como uma referência para os mais jovens.” Esta descrição corresponde na perfeição aquilo que o futsal azul se tornou. Parece-me então certo que esta modalidade, recente na (quase) nonagenária história do clube, conquistou por mérito próprio o seu espaço no seio do clube e que hoje é das mais imprescindíveis do vasto leque que o Belenenses dispõe. Espero então que a anuncia passagem desta modalidade “ (…) para a sua auto-suficiência ao nível económico e financeiro, assumindo o Clube unicamente as despesas com os custos indirectos”, o obedeça a um plano progressivo que nunca ponha em causa a sua competitividade, até porque quanto a mim, e o presidente parece partilhar da mesma opinião, não vale a pena ter modalidades amadoras onde não se lute cronicamente por uma disputa real de títulos.

Resta-me assim então esperar por mais vitórias dos conquistadores de preferência rumo ao título, com o pavilhão cheio, e que essas vitórias para além de enriquecerem o longo historial do clube, sirvam sobretudo para o seu engrandecimento no futuro.