Se o jogo só tivesse 45 minutos....
Belenenses e Paços de Ferreira empataram a duas bolas no jogo inaugural da segunda jornada da liga portuguesa.
Duas partes completamente distintas no Estádio do Restelo. Jogando em sua casa, o Belenenses estava quase obrigado a vencer o jogo e tudo fez para consegui-lo no decorrer dos primeiros 45 minutos. Casemiro Mior apostou, exceptuando na defesa, na continuidade em relação à época passada, alinhando em 4x4x2 - losango do meio-campo composto por Gabriel Gomez, Cândido Costa, Zé Pedro e Silas. Na defesa quatro caras novas, mas só uma novidade em relação ao Dragão em virtude do castigo de Carciano, substituído por Rodrigo Arroz. No ataque duas estreias a titulares na presente liga: João Paulo Oliveira e Vinicius.
Com pressão ou sem ela, a verdade é que o Belenenses realizou claramente os melhores 45 minutos da presente época, com Gavillan e Cândido Costa a juntarem-se muitas vezes a Silas e Zé Pedro num pressing a campo inteiro. Quando em posse de bola, o Belenenses foi finalmente capaz de realizar uma boa circulação com alguma velocidade, futebol apoiado no qual foi fundamental a profundidade dos laterais, nomeadamente China.
O Belenenses possuía mais posse de bola e dominava territorialmente, criando perigo para a baliza defendida por Bruno Conceição. Logo aos 4 minutos os azuis estiveram perto do golo após livre de Zé Pedro, mas João Paulo Oliveira foi incapaz de desviar para a baliza. O golo primeiro golo belenense na liga 2008/09 acabou por surgir à passagem do minuto 28, com Zé Pedro a encher o pé e marcar um golo de belo efeito após cruzamento de Baiano que os centrais pacenses interceptam para junto da sua grande área. O Paços de Ferreira acusou o golo, os jogadores belenenses ganharam mais confiança, mas o previsível segundo golo acabou por ser incrivelmente desperdiçado por Vinicius. Contra-ataque azul pela direita, com João Paulo a assistir Vinicius ao centro, a três metros da linha de golo. Sem qualquer oposição Vinicius faz o mais difícil e atira por cima.
Os segundos 45 minutos iniciaram-se praticamente com mais um erro de Júlio César numa bola aérea. O guardião brasileiro não intercepta um cruzamento fácil, sobrando o bola para Cristiano que ao segundo poste falha o remate. Estava dado o mote para o que seria a segunda parte: maior propensão ofensiva pacense e grande intranquilidade belenense a defender, nomeadamente no futebol aéreo. De facto, cada canto ou cruzamento pacense originava algum pânico defensivo, tal como sucedeu aos 56 minutos (falta sobre Júlio César) e depois aos 59´ com Ricardo a fazer a bola embater no poste após livre de Chico Silva. O pulmão belenense no meio-campo havia já chegado ao fim, tentando Casemiro Mior inverter a situação muito cedo ao substituir Zé Pedro (que recupera ainda de lesão) por Maykon.
O Belenenses ainda consegue reagir nos minutos seguintes e volta a criar perigo na sequência de um livre directo muito perigoso no qual Vinicius é carregado em falta quando se dirigia isolado para a baliza. Os jogadores pacenses pressentiram o pior, cercaram o arbitro, pressão bem sucedida já que inacreditavelmente Cosme Machado (de Braga...) se limita a exibir um cartão amarelo a Tiago Valente. Gabriel Gomez, encarregue da marcação do livre, atira estrondosamente à barra.
Dois minutos volvidos Paulo Sérgio arrisca tudo com a entrada de William (o Paços de Ferreira passa a alinhar em 4x3x3) e é bem sucedido apesar da resposta de Casemiro Mior que tenta refrescar o meio-campo defensivo ao substituir um cansado, amarelado (e mimado) Gabriel Gomez por Mano. O golo pacense surge quando estavam decorridos 72 minutos de jogo, com William a cabecear com sucesso ao segundo poste após um primeiro desvio na sequência de um canto. Poucos minutos antes, Vinicius, isolado, dirigia-se em direcção da baliza, sendo marcado um fora-de-jogo inexistente.
Nos minutos que se seguiram ao golo do empate o Paços de Ferreira sente que pode levar os 3 pontos para a capital do móvel, desperdiçando duas oportunidades de golo em apenas 5 minutos, primeiro por Filipe Gonçalves e depois por William. O meio-campo belenenses já não existia, sendo evidente o cansaço de Silas, incapaz de segurar a bola e acalmar um pouco o jogo, e de Cândido que aos 78 minutos recuou para lateral após a saída de Baiano, substituído por Evandro.
O Belenenses dispõe de um livre directo muito perigoso, mas Mano vê o seu remate em direcção à baliza ser desviado por um defesa, acabando por ser o Paços a marcar novamente por William: grande remate do avançado após lapso de Cândido ao falhar a interceptação. Jogava-se o minuto 90, e o destino do jogo parecia decidido.
Puro engano... Com 5 minutos para lá dos 90 regulamentares, Maykon arranca um grande cruzamento na sequência de livre directo que Rodrigo Arroz responde com um bom cabeceamento para o golo do empate.
Resultado justo no Restelo. O Belenenses poderia ter resolvido o jogo cedo mas desperdiçou a oportunidade de ampliar a vantagem, acabando por ter que correr em busca de um empate. Péssima arbitragem de Cosme Machado.
O jogo na primeira pessoa
Casemiro Mior: "Sabíamos ao intervalo que, estando a perder, o P. Ferreira ia atacar mais na segunda parte. Ficamos condicionados a partir do momento da lesão do Zé Pedro. Foi um momento crucial do jogo. Até porque o Baiano também se lesionou e fomos obrigados a mexer no jogo. Devíamos ter matado o jogo na primeira parte. Isso não aconteceu e numa altura como esta, em que a equipa ainda não tem o entrosamento e a confiança ideal, o que torna tudo mais difícil. O que achei dos assobios dos adeptos? Normais. Jogando em casa devíamos ter assumido mais o jogo e devíamos ter marcado o segundo golo que mataria a disputa do resultado. A sorte não esteve do nosso lado".
Silas: "O empate conseguido nos últimos minutos acaba sempre por ser bom, já pensávamos que tínhamos o jogo perdido. Mas olhando para o que se passou no jogo, acho que não e um bom resultado, tivemos as melhores ocasiões de golo, A ganhar por 1-0, tivemos uma oportunidade para matar o jogo. Com 2-0 a vitória não nos escapava. Depois fomos prejudicados pela arbitragem. Há um jogador nosso que é rasteirado por trás quando ia isolado e o adversário não foi expulso. O árbitro disse-me que não deu vermelho porque o guarda-redes agarrou a bola. Agarrou a bola porque o nosso jogador foi derrubado. Penso que este foi o nosso melhor jogo desde que começou a época. O empate até sabe bem, mas olhando ao que se passou no jogo, não me parece um resultado justo. Temos uma equipa jovem, um pouco inexperiente e isso acaba por pesar. De qualquer forma, estamos a crescer e acabo por ficar um pouco mais contente por isso".
Zé Pedro: "Isto é o que pode fazer uma equipa que ainda está em construção. Temos que dar a volta a isto o mais rapidamente possível, ver o que está mal e rectificar, porque não podemos entrar em vantagem e depois só conseguirmos o empate no último minuto. É preciso dar uma resposta melhor. Tivemos uma bela oportunidade, pelo Vinicius, para fazer o 2-0, mas não conseguimos e depois tudo foi diferente na segunda parte; também houve erros da arbitragem, parece até que ficou um penálti por assinalar..."
Duas partes completamente distintas no Estádio do Restelo. Jogando em sua casa, o Belenenses estava quase obrigado a vencer o jogo e tudo fez para consegui-lo no decorrer dos primeiros 45 minutos. Casemiro Mior apostou, exceptuando na defesa, na continuidade em relação à época passada, alinhando em 4x4x2 - losango do meio-campo composto por Gabriel Gomez, Cândido Costa, Zé Pedro e Silas. Na defesa quatro caras novas, mas só uma novidade em relação ao Dragão em virtude do castigo de Carciano, substituído por Rodrigo Arroz. No ataque duas estreias a titulares na presente liga: João Paulo Oliveira e Vinicius.
Com pressão ou sem ela, a verdade é que o Belenenses realizou claramente os melhores 45 minutos da presente época, com Gavillan e Cândido Costa a juntarem-se muitas vezes a Silas e Zé Pedro num pressing a campo inteiro. Quando em posse de bola, o Belenenses foi finalmente capaz de realizar uma boa circulação com alguma velocidade, futebol apoiado no qual foi fundamental a profundidade dos laterais, nomeadamente China.
O Belenenses possuía mais posse de bola e dominava territorialmente, criando perigo para a baliza defendida por Bruno Conceição. Logo aos 4 minutos os azuis estiveram perto do golo após livre de Zé Pedro, mas João Paulo Oliveira foi incapaz de desviar para a baliza. O golo primeiro golo belenense na liga 2008/09 acabou por surgir à passagem do minuto 28, com Zé Pedro a encher o pé e marcar um golo de belo efeito após cruzamento de Baiano que os centrais pacenses interceptam para junto da sua grande área. O Paços de Ferreira acusou o golo, os jogadores belenenses ganharam mais confiança, mas o previsível segundo golo acabou por ser incrivelmente desperdiçado por Vinicius. Contra-ataque azul pela direita, com João Paulo a assistir Vinicius ao centro, a três metros da linha de golo. Sem qualquer oposição Vinicius faz o mais difícil e atira por cima.
Os segundos 45 minutos iniciaram-se praticamente com mais um erro de Júlio César numa bola aérea. O guardião brasileiro não intercepta um cruzamento fácil, sobrando o bola para Cristiano que ao segundo poste falha o remate. Estava dado o mote para o que seria a segunda parte: maior propensão ofensiva pacense e grande intranquilidade belenense a defender, nomeadamente no futebol aéreo. De facto, cada canto ou cruzamento pacense originava algum pânico defensivo, tal como sucedeu aos 56 minutos (falta sobre Júlio César) e depois aos 59´ com Ricardo a fazer a bola embater no poste após livre de Chico Silva. O pulmão belenense no meio-campo havia já chegado ao fim, tentando Casemiro Mior inverter a situação muito cedo ao substituir Zé Pedro (que recupera ainda de lesão) por Maykon.
O Belenenses ainda consegue reagir nos minutos seguintes e volta a criar perigo na sequência de um livre directo muito perigoso no qual Vinicius é carregado em falta quando se dirigia isolado para a baliza. Os jogadores pacenses pressentiram o pior, cercaram o arbitro, pressão bem sucedida já que inacreditavelmente Cosme Machado (de Braga...) se limita a exibir um cartão amarelo a Tiago Valente. Gabriel Gomez, encarregue da marcação do livre, atira estrondosamente à barra.
Dois minutos volvidos Paulo Sérgio arrisca tudo com a entrada de William (o Paços de Ferreira passa a alinhar em 4x3x3) e é bem sucedido apesar da resposta de Casemiro Mior que tenta refrescar o meio-campo defensivo ao substituir um cansado, amarelado (e mimado) Gabriel Gomez por Mano. O golo pacense surge quando estavam decorridos 72 minutos de jogo, com William a cabecear com sucesso ao segundo poste após um primeiro desvio na sequência de um canto. Poucos minutos antes, Vinicius, isolado, dirigia-se em direcção da baliza, sendo marcado um fora-de-jogo inexistente.
Nos minutos que se seguiram ao golo do empate o Paços de Ferreira sente que pode levar os 3 pontos para a capital do móvel, desperdiçando duas oportunidades de golo em apenas 5 minutos, primeiro por Filipe Gonçalves e depois por William. O meio-campo belenenses já não existia, sendo evidente o cansaço de Silas, incapaz de segurar a bola e acalmar um pouco o jogo, e de Cândido que aos 78 minutos recuou para lateral após a saída de Baiano, substituído por Evandro.
O Belenenses dispõe de um livre directo muito perigoso, mas Mano vê o seu remate em direcção à baliza ser desviado por um defesa, acabando por ser o Paços a marcar novamente por William: grande remate do avançado após lapso de Cândido ao falhar a interceptação. Jogava-se o minuto 90, e o destino do jogo parecia decidido.
Puro engano... Com 5 minutos para lá dos 90 regulamentares, Maykon arranca um grande cruzamento na sequência de livre directo que Rodrigo Arroz responde com um bom cabeceamento para o golo do empate.
Resultado justo no Restelo. O Belenenses poderia ter resolvido o jogo cedo mas desperdiçou a oportunidade de ampliar a vantagem, acabando por ter que correr em busca de um empate. Péssima arbitragem de Cosme Machado.
O jogo na primeira pessoa
Casemiro Mior: "Sabíamos ao intervalo que, estando a perder, o P. Ferreira ia atacar mais na segunda parte. Ficamos condicionados a partir do momento da lesão do Zé Pedro. Foi um momento crucial do jogo. Até porque o Baiano também se lesionou e fomos obrigados a mexer no jogo. Devíamos ter matado o jogo na primeira parte. Isso não aconteceu e numa altura como esta, em que a equipa ainda não tem o entrosamento e a confiança ideal, o que torna tudo mais difícil. O que achei dos assobios dos adeptos? Normais. Jogando em casa devíamos ter assumido mais o jogo e devíamos ter marcado o segundo golo que mataria a disputa do resultado. A sorte não esteve do nosso lado".
Silas: "O empate conseguido nos últimos minutos acaba sempre por ser bom, já pensávamos que tínhamos o jogo perdido. Mas olhando para o que se passou no jogo, acho que não e um bom resultado, tivemos as melhores ocasiões de golo, A ganhar por 1-0, tivemos uma oportunidade para matar o jogo. Com 2-0 a vitória não nos escapava. Depois fomos prejudicados pela arbitragem. Há um jogador nosso que é rasteirado por trás quando ia isolado e o adversário não foi expulso. O árbitro disse-me que não deu vermelho porque o guarda-redes agarrou a bola. Agarrou a bola porque o nosso jogador foi derrubado. Penso que este foi o nosso melhor jogo desde que começou a época. O empate até sabe bem, mas olhando ao que se passou no jogo, não me parece um resultado justo. Temos uma equipa jovem, um pouco inexperiente e isso acaba por pesar. De qualquer forma, estamos a crescer e acabo por ficar um pouco mais contente por isso".
Zé Pedro: "Isto é o que pode fazer uma equipa que ainda está em construção. Temos que dar a volta a isto o mais rapidamente possível, ver o que está mal e rectificar, porque não podemos entrar em vantagem e depois só conseguirmos o empate no último minuto. É preciso dar uma resposta melhor. Tivemos uma bela oportunidade, pelo Vinicius, para fazer o 2-0, mas não conseguimos e depois tudo foi diferente na segunda parte; também houve erros da arbitragem, parece até que ficou um penálti por assinalar..."
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