Belenenses 1 : Leixões 1 - Análise Belém até Morrer.

Novo jogo, novo empate, o terceiro consecutivo.
Se o nulo face a Académica havia tido um sabor amargo, o empate a uma bola com os leixonenses mais amargo foi.

Entrada de leão, saída de rato? A expressão não se encontra muito longe da verdade e espelha de certa forma o que se passou hoje à noite no Restelo.
Antes de mais, Jorge Jesus optou por deixar Gabriel no banco, e fazer alinhar o regressado Hugo Leal. Aposta ganha? Sem dúvida. O recuo de Ruben Amorim assegurou a necessária consistência defensiva ao meio campo azul, enquanto Hugo Leal e as suas características criativas encaixaram como uma luva na equipa. Simultaneamente, nos primeiros 25 minutos de jogo, Zé Pedro espalhou pelas quatro linhas o seu perfume.

E só deu Belenenses... Tudo assentou num forte pressing a meio campo - em diversas circunstâncias aconteceu ver-se 10 jogadores azuis no meio campo ofensivo - e numa posse de bola consistente e produtiva. Consequentemente, sem surpresa para ninguém, o Belenenses chegou muito cedo ao golo: jogada brilhante de Ruben que passa com mestria por dois leixonenses até servir, com um passe recuado, Zé Pedro. O número 11 belenense, vindo de trás, não desperdiça, e eleva para 4 golos a sua conta pessoal.

A história do Leixões no Dragão parecia poder se repetir, e esteve perto de se tornar real mas, como sempre tem acontecido, Weldon desperdiçou um golo feito.
É flagrante a falta de qualidade - pelo menos até ao momento - dos homens azuis mais adiantados. Sobretudo no período em que o meio campo azul esteve brilhante, esta constatação foi evidente para todos os belenenses presentes: com melhores avançados, o jogo teria ficado imediatamente resolvido.

Assim não aconteceu, e pouco a pouco o Leixões foi sacudindo a pressão, teve mais posse de bola, e o jogo - disputado essencialmente a meio campo - ficou dividido. Não obstante a melhoria dos leixonenses, o seu primeiro remate do jogo ocorreu somente aos 44 minutos - defesa de Costinha com os punhos tendo-se verificado ainda um remate na recarga.

No início dos segundos 45 minutos, dir-se-ia não ter havido intervalo, porque o jogo regressou tal como havia terminado: mais Leixões - em termos de posse de bola e domínio territorial - e menos Belenenses.
Ainda assim, o domínio dos leixonenses não tinha grandes consequências em termos de oportunidades de perigo.

Surgem então, em apenas 5 minutos, duas alterações nos 2 onzes que ajudam a explicar o empate final: Carlos Brito faz entrar Vieirinha (55 minutos) e Jorge Jesus responde fazendo entrar Fernando no lugar de Hugo Leal (60 minutos).

O meio campo azul mais recuado perde um elemento importante, quando parecia evidente que no ataque, onde a bola raramente chegava em condições, tinha um elemento a mais. A juntar à noite menos inspirada de Weldon e Roncatto, também Silas - visivelmente cansado - não produziu o pode e sabe.

O Leixões continua a dominar sem criar verdadeiro perigo até que o jogo atingiu os 70 minutos, período do jogo - que se prolongou até ao golo do empate - em que os leixonenses finalmente provocam calafrios na defesa azul: aos 69´ Ezequias remata da esquerda; um minuto volvido, um cruzamento de Jorge Gonçalves leva novamente o perigo até à area belenense; aos 73´é a vez de Vieirinha rematar cruzado, ao segundo poste; (surge então o livre perigoso de Zé Pedro); finalmente, aos 80´ o golo mais ou menos previsível do Leixões, através de Nwoko que havia entrado 30 segundos antes - Costinha pareceu se encontrar mal posicionado na baliza, um pouco desviado para o lado direito, quando a bola entra precisamente pelo lado esquerdo.

Pelo meio, aos 72 minutos, Jesus, pressentindo o perigo, ainda faz entrar Gabriel, mas tudo o que o panamense conseguiu foi ser expulso após 14 minutos em campo.

O resultado estava feito. O empate premeia um Leixões que lutou até ao fim e castiga um Belenenses que somente jogou futebol nos primeiros 25 minutos.

Destaques individuais positivos para Hugo Alcântara e Rodrigo Alvim no quarteto defensivo; e para o tridente do meio-campo composto por Ruben Amorim, Hugo Leal e Zé Pedro.
Nota negativa para Cândido Costa - esforçado mas pouco eficaz e defender e a atacar -, para Silas e também para a (inoperante) dupla ofensiva composta por Weldon e Roncatto.
Em termos de treinadores, Carlos Brito esteve mais feliz do que Jorge Jesus quando se tratou de mudar algo dentro das 4 linhas, de reagir ao que ali se passava.

Conferência de Imprensa de Jorge Jesus e Hugo Leal:



Golos: