Quiosque Azul
Notícias do jornal "A Bola:
Real Madrid vence Belenenses
O Real Madrid venceu o Belenenses por 1-0 e vai discutir esta quinta-feira com o anfitrião Deportivo da Corunha a final do Troféu Teresa Herrera. Robinho foi o autor do golo, ao cair do pano, numa fífia do guarda-redes Marco.
Foi pena! O Belenenses merecia, pelo menos, as grandes penalidades para apurar o finalista do Teresa Herrera, mas foi traído por uma fífia monumental do guarda-redes Marco Gonçalves, no penúltimo minuto. Agora, os azuis do Restelo defrontam o Atalanta (esta quinta-feira) no jogo dos terceiro e quarto classificados. No melhor pano cai a nódoa. Marco deixou a bola escapar-se-lhe por entre as pernas e deitou tudo a perder, isto depois de ter rubricado actuação bem positiva. Acontece!
Boa primeira parte do Belenenses, atrevido diante dos galácticos e a criar a primeira oportunidade de perigo para a baliza de Casillas aos oito minutos. Os merengues reagiram e Saviola, aos 12 m, também criou uma boa ocasião, isolado por Robinho. Jogava-se em toada de equilíbrio e Rodrigo Alvim, logo a seguir, obrigou o guarda-redes espanhol a boa defesa, após falha de Pepe.
O Real começava agora a surgir com mais perigo na área azul. Aos 12 e 19 minutos, Raúl e Robinho causaram calafrios nas dezenas de adeptos azuis que viajaram até à Corunha. Mas o Belenenses não baixou os braços e, ainda antes do intervalo, Roncatto e Mendonça levaram perigo à baliza merengue.
A toada de jogo manteve-se na segunda parte, em jeito de parada e resposta. Depois de uma primeira ameaça de Robinho, José Pedro obrigou Casillas a defesa de recurso, com os punhos. Volvidos escassos minutos, foi a vez de Roncatto cabecear por cima. O Belenenses estava a impor-se, até que chegou o momento de os galáctios puxarem dos galões, com Soldado a obrigar Marco a boa intervenção (72 m). Na parte final, quando o Belenenses tinha de novo reequilibrado as operações, aquele frango de Marco foi autêntico balde de água gelada para as cinco/seis dezenas de adeptos azuis presentes no Riazor.
Em todo o caso, é justo salientar que o Belenenses fez muito boa figura nesta sua estreia no Teresa Herrera, prova que já teve como vencedoras várias equipas portuguesas: Benfica, FC Porto, Sporting e V. Setúbal.
Estádio Riazor, na Corunha
REAL MADRID – Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Canavaro e Torres; Diarra, Balboa, Robinho e Gutti; Raúl e Saviola. Joagaram ainda: Soldado e Júlio Baptista.
BELENENSES – Marco Gonçalves; Cândido Costa, Rolando, Devic e Rodrigo Alvim; Gabriel Gomez, Ruben Amorim, José Pedro e Silas; Mendonça e Roncatto. Joagaram ainda: Moura, Rafael Bastos, João Paulo Oliveira e Amaral.
Ao intervalo: 0-0
Golo: Robinho (89 m)
Resultado final: 1-0
Real Madrid e Deportivo discutem amanhã (20 h) a final do Troféu Teresa Herrera, enquanto Belenenses e Atalanta jogam para os terceiro e quarto lugares (17.30 h).
Notícias do jornal "O Jogo":
Maldito "frango" galáctico
Assumiu a inferioridade qualitativa desde sempre, mas, dentro das quatro linhas, o Belenenses provou – graças a um grande rigor táctico e a uma mutação esquemática constante na frente de ataque – que pode e sabe jogar de igual para igual com uma equipa cheia de resquícios galácticos. E só um “frango” do outro mundo deu o triunfo ao campeão espanhol.
Os comandados de Jesus foram grandes na atitude imposta no jogo. Começaram-no com cautelas defensivas e jogando sempre pela certa. Poucos erros ao nível do passe e excelente entrega dos jogadores de meio-campo, que levou à conquista de inúmeras bolas na zona intermediária, permitindo à formação lusa dominar territorialmente o encontro no primeiro tempo e no início da segunda metade.
Jesus apostou num 4x4x2 losango, reforçado com a presença de Gabriel Gómez no centro do terreno, conferindo-lhe o músculo necessário para o combate. Silas, nas costas de Roncatto e Mendonça, rapidamente se tornou num extremo esquerdo – trocando, a espaços, de posição com José Pedro –, enquanto o angolano virou extremo-direito. Aí esteve o segredo de 45’ de qualidade. As movimentações dos homens da frente, secundadas pela entrada constante do médio de transição Rúben Amorim, colocaram inúmeras dificuldades a Diarra, que esteve só na tentativa de estancar as investidas azuis.
O Belenenses foi crescendo e tentou o golo. Várias vezes. Esteve perto, mas não conseguiu. Lá atrás, Rolando ia segurando o barco, e Marco mostrava segurança. O Real só a espaços se libertava da teia montada por Jesus.
Schuster reagiu tenuemente ao domínio belenense após o descanso. Mexeu no ataque e tirou o desinspirado Saviola. A equipa melhorou ligeiramente de rendimento, mas oportunidades claras para desfazer a igualdade, essas, nem vê-las. Os intentos esbarraram no bloco dos azuis, que, aos poucos, acreditavam na lotaria das grandes penalidades… ainda que, pelo meio, Roncatto tenha desperdiçado uma oportunidade flagrante para marcar. O cansaço abateu-se sobre os homens do Restelo, que viram, aos 90’, o empate fugir por entre as pernas de Marco. Algo de outra galáxia…
Real Madrid 1 - Belenenses 0
Estádio | Riazor | Corunha, Espanha
Árbitro | Fernando Teixeira Vitienes (Espanha)
Real Madrid
Casillas; Sérgio Ramos, Pepe, Cannavaro e Torres; Diarra, Balboa, Robinho e Guti; Raúl e Saviola.
Jogaram ainda: Soldado e Júlio Baptista.
T Bernd Schuster
Belenenses
Marco Gonçalves; Cândido Costa, Rolando, Devic e Rodrigo Alvim; Gabriel Gómez, Rúben Amorim, José Pedro e Silas; Mendonça e Roncatto;
Jogaram ainda: Fernando, Rafael Bastos, João Paulo Oliveira e Amaral
T Jorge Jesus
Ao intervalo [0-0]
Marcadores [1-0] Robinho, 90'
Cartões Amarelos
Guti, 54’;Mendonça, 61’;
Os novos do Belenenses
A figura
ROLANDO
Implacável na marcação
A defesa tem patrão! Rolando não o disse, mas demonstrou-o. Excelente exibição do central, dando mostras de grande segurança e maturidade. Muito bem na marcação aos avançados contrários, esteve atento nas dobras aos colegas e, pelo ar, só perdeu duas intercepções de bola, aos 76’ e 89’. Quando o perigo surgiu no seu raio de acção, afastou-o com classe. Orientou e bem a defesa em linha.
Um "Gavilan" de... rapina
DEVIC
Embora, em termos posicionais, tenha estado muito bem, denotou algumas dificuldades em acompanhar o ritmo dos homens da frente do Real Madrid, apesar de estes nem sempre o conseguirem acelerar. Esse sentido apurado permitiu-lhe evitar, aos 36’, sobre a linha de golo, que a bola entrasse na baliza, após um desvio ao primeiro poste de Raúl, na sequência de um pontapé de canto. Subiu de rendimento no segundo tempo, efectuando excelentes intercepções.
GABRIEL GÓMEZ
Gabriel Gómez, também conhecido por "Gavilan" (gavião), jogou onde mais gosta e sabe e, como médio de equilíbrio, fez valer a sua força e capacidade de luta para ganhar os duelos no sector intermediário. Excelente no papel de recuperador de bolas – fartou-se de ganhá-las –, mas, no início da primeira fase de construção da equipa, nem sempre esteve bem no passe, fazendo, ainda assim, uma excelente exibição. Os músculos traíram-no a meio do segundo tempo.
MENDONÇA
Foi um verdadeiro quebra-cabeças para o lateral-esquerdo “merengue”, Torres, que se viu em palpos de aranha para conseguir anular as constantes diagonais do atleta africano. Mendonça destacou-se precisamente pela sua mobilidade e entrega ao jogo. Fez vários movimentos de ruptura, e foi frequente vê-lo em acções defensivas no apoio a Cândido Costa. Saiu esgotado, aos 61’, ressentindo-se – e muito – o rendimento da equipa com a sua ausência.
RONCATTO
Travou um duelo interessante com Pepe, mas nem sempre bem sucedido. A jogar de costas para a baliza contrária – enquanto pivô –, mostrou atributos para reter a posse de bola e endossá-la em condições para os médios que entram no último terço do terreno. Porém, sempre que foi necessário jogar pelas alturas, perdeu: Pepe anulou-lhe esses intentos, sendo, contudo, certo que não se escusou a subir ao “segundo andar”. Quando teve oportunidade de alvejar a baliza de Casillas, não teve pejo em fazê-lo. Aí, faltou potência de remate e colocação para fazer estragos. O cabeceamento aos 55’, quando se encontrava isolado dentro da área madrilena, foi disso um bom exemplo.
RAFAEL BASTOS
Encostou-se à extrema direita, quando o 4x2x3x1 era a matriz idealizada por Jorge Jesus. Fez asneira e, 11 minutos depois de entrar, foi para o banho.
JOÃO PAULO OLIVEIRA
Foi opção de ataque, quando o objectivo era defender. Sem oportunidades para brilhar, deu luta aos defensores contrários, marcando presença na frente de ataque. Sem tempo e jogo para mais.
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