
O ORGULHO DE SER BELENENSES E A FINAL DA TAÇA

Tal facto não me impede de pugnar por aquilo que me parece ser melhor para o clube e para o que o possa promover, tornar maior e trazer-nos felicidades.
A frase “Não é do Belenenses quem quer mas apenas quem pode” deve ser entendida no sentido de que ser do Belenenses é algo de ímpar, difícil mas grandioso, que nos distingue dos outros, e não como exercício de masoquismo de quem não quer nem ousa ser feliz.
Eu quero ser feliz no Belenenses, à nossa maneira: com sofrimento transformado em alegria, com angústia transformada em plenitude, com mil e uma dificuldades transformadas em sucessos. Quero ser feliz, não da maneira fácil como são os adeptos dos clubes a que todos aderem, por causa da propaganda e dos resultados, mas com alma, sorrisos e lágrimas, com orgulho de ser Belenenses.

Há sentimentos íntimos que temos dificuldade em mostrar, e penso que esse é o caso de muitos belenenses arreigadamente dedicados ao seu clube, que terão no coração até à morte. Mas no mundo em que vivemos, para se ter visibilidade, não basta ser, é necessário também parecer.

A imagem de um clube não resulta somente da força das suas equipas; mas também, em igual importância, da força e da presença dos seus adeptos. Se olharem para os fóruns onde adeptos deixam as suas opiniões, nós, sobretudo esta época, somos muito mais agredidos com a questão das fracas assistências do que por causa dos resultados.
Não vale a pena esmiuçar todos os ses e porquês sobre esta questão: já se sabe que as câmaras da TV filmam no Restelo o lado contrário ao dos sócios, que não somos um clube cujos adeptos vivam todos num pequeno círculo (de cidade ou distrito) à volta do estádio, que a nossa massa adepta está envelhecida, que não temos Autarquias a pagar camionetas, que os últimos anos foram muito difíceis, etc., etc. Mas o facto é que somos atacados e diminuídos por causa disso.

Nesse objectivo, todos – Directores, profissionais de Marketing, comunicação e imagem, sócios e adeptos – todos, todos, sem excepção nos devemos empenhar. Quem o não faz, sem razão atendível, está a deixar mal o seu clube, o nosso Belenenses.
Vem aí a final da Taça de Portugal. Longos 18 anos, uma autêntica eternidade, nos separaram da última e vitoriosa presença. No entanto, à data em que escrevemos isto, a pouco mais de 2 semanas da final no Jamor, tudo nos parece parado…

Neste trabalho, todos os Furiosos podem e devem colaborar. Há muita coisa para fazer; todos podem ajudar em alguma coisa. Aproveitemos este momento para o viver intensamente, para um dia, quando olharmos para trás, podermos pensar e dizer: eu estive lá, eu trabalhei, lutei e esforcei-me para dignificar o Belenenses e mostrar a grandeza do nosso clube. Naquelas bandeiras, naquela cruz, naqueles balões, naquelas camisolas, naquele colorido, naquelas iniciativas, também houve trabalho meu.
Não permitamos que – oxalá que não! –, daqui a 17 anos estejamos a ansiar nova oportunidade para fazer e viver o que – agora mesmo, ao alcance das mãos – ficámos a ver passar. Por isso também a reunião do próximo sábado será muito importante.

Vamos defender, vamos mostrar o orgulho de ser Belenenses! Vamos todos, JÁ, preparar a Festa!
Por favor, que ninguém apareça com a síndroma do clube pequenino-coitadinho que fez agora uma grande proeza, surgindo do nada. Nada disso: isto é só um pouco do regresso do novo Belenenses. Vivamo-lo com alegria. Mas, perante os outros, não esqueçamos que já fizemos muitas outras coisas grandes e até bem maiores; que fomos 4 vezes campeões do nosso país em futebol, que somos um clube cheio de títulos em várias modalidades, que temos adeptos em todo o mundo, que tivemos o primeiro estádio relvado, coberto e com bancadas de pedra, que inaugurámos o Estádio do Real Madrid, que somos o clube de Matateu, Vicente, Pepe, Amaro, Augusto Silva, Mladenov e tantos outros, que ao nosso respeitável adversário de dia 27 já ganhámos por 9-0, que os factos e números falam eloquentemente sobre a nossa grandeza.
Se não formos nós a assumir a nossa grandeza, quem o fará por nós? Se não formos nós a querer ousar, quem o fará por nós? Se não formos nós a defender o orgulho de ser Belenenses, quem o fará por nós?
BELÉM ATÉ MORRER
BELÉM ATÉ MORRER
TENHO TODO O ORGULHO
SOU BELÉM ATÉ MORRER
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