Belém até Morrer On Tour: Porto

Ainda com os corpos e os espíritos cansados – mas felizes!!! – devido as incidências da meia-final de 5ª Feira, foram cerca de 60 os ultras da F.A. que se apresentaram ontem no Restelo. Objectivo: a conquista do reduto do dragão!
Tudo corria na normalidade – logística da deslocação já preparada e tudo o mais – até o bus chegar: tratava-se de um autocarro de um só andar, e não de dois pisos como era suposto ter acontecido. Nada que assustasse os furiosos…
Assim, o bus rapidamente começou a devorar os quilómetros que nos distanciavam do nosso destino; a bordo, lotação esgotada, mesmo sobrelotada – 3 ou 4 furiosos encontravam-se já de pé.
Foi então que o bus furioso abrandou até se imobilizar em pleno Campo Grande. Olhámos pela janela e avistámos mais 6 ultras que aí nos aguardavam: “isto vai ser giro”, pensámos para nós próprios.
E foi…
Com o bus apinhado – 65 furiosos a bordo! – e carregado de alimentos líquidos a animação foi constante, tentando o pessoal que ia em pé no corredor ocasionalmente “conquistar” um lugar sentado (deitado?).


Sendo o calor muito, era também necessário não desidratar e os ultras, pessoas muito preocupadas com a sua saúde, fizeram questão de ingerir muitos (ainda que pouco variados) alimentos líquidos…
Consequentemente, ainda não estavam percorridos mais do que 80 quilómetros quando o bus furioso efectuou a sua primeira paragem: as necessidades fisiológicas assim o ditou...
Cerca das 16h30 a turba azul acomodou-se como pôde, e prosseguimos novamente a viagem.
Com animação quanto baste e nova paragem desta feita na Mealhada, acabámos por vislumbrar a cidade do Porto e quase imediatamente o Estádio do Dragão: seriam 18h30.
Junto às escadarias de acesso encontravam-se já cerca de 10 furiosos dos núcleos F.A. de Ovar e Estarreja.


Depois das habituais prepotências pidescas da P.S.P. e da segurança privada do porto – uma faixa que dizia “Ultras contra o futebol Moderno”, por exemplo, foi proibida. Porquê? Não sabemos… - lá entrámos e avistámos finalmente o rectângulo verde.
Com cerca de 75 ultras belenenses na bancada – num total de cerca de 300 belenenses – o encontro começou e, como todos sabem, começou da pior forma para as nossas cores: com poucos minutos decorridos o porto encontrava-se já na condição de vencedor…

O 11 belenense - para além da questão física – pareceu não se encontrar suficientemente concentrado, circunstância de certa forma natural; existe sempre um período de relaxamento após a conquista de um grande objectivo como se tratou a presença na grande final do Jamor. E esta verdade adquire contornos ainda mais acentuados pelo facto de terem decorrido menos de 72 horas até ao encontro do dragão.
Para além de tudo, os azuis do Restelo tiveram ainda a infelicidade de ter sofrido lesões que impediram de certo modo o refrescar da equipa nos momentos certos.

Seja como for, e perante um estádio do dragão com 45.000 espectadores, os ultras da F.A. deram o seu melhor e a espaços fizeram-se ouvir com alguma pujança.
Depois da desilusão do 2º golo portista mesmo em cima do intervalo, as expectativas belenenses para o resto do encontro caíram drasticamente, realidade que pareceu se anular de forma instantânea aquando do golo de Nivaldo após canto de Zé Pedro. Os azuis do Restelo voltaram a acreditar, e então como nunca o cantinho belenense do Estádio cantou e fez-se ouvir.

Seguiram-se alguns momentos de preocupação – nomeadamente aquando da lesão de Marco Gonçalves – e de aflição pois Adriano conseguia invariavelmente antecipar-se a Nivaldo ao primeiro poste, provocando o pânico nas hostes belenenses. Em duas ocasiões quase tiradas a papel químico a bola acabou por não entrar e foi, quase por acidente, o Belenenses que teve a melhor oportunidade de golo do jogo. Depois de uma recuperação de bola no meio campo portista Fernando vê-se isolado e só com Helton pela frente remata ao poste mais afastado: quando todos os belenenses presentes se preparavam já para festejar o golo do empate, a bola tira tinta do mesmo mas incrivelmente não entra.
Como se se tratasse de uma sentença de morte, Helton virou-se para os portistas na baliza atrás de si e festejou efusivamente, respondendo os adeptos entusiasticamente. Parecia escrito: se aquela bola não entrara nenhuma entraria…
E assim foi. Os azuis do Restelo não mais se conseguiram aproximar com perigo das redes portistas, acabando inclusive por consentir novo golo após a marcação de um canto.
Não havia nada a fazer…

Gostaríamos que o jogo se tivesse disputado noutras circunstâncias, com as duas equipas no seu melhor. Ainda assim, a derrota não se revestiu, nem pouco mais ou menos, de contornos trágicos: muito pelo contrário.
Deixamos todavia uma questão: em todas as ocasiões (e foram muitas sobretudo na época transacta) que o Belenenses jogou à segunda-feira poderia ter recusado adiar os encontros e jogado ao Domingo? Quem souber responder que o faça…

A viagem de regresso a Lisboa decorreu sem grandes novidades: muita diversão, quase sempre proporcionada pela Academia Musical dos Nabos (não vamos sequer tentar explicar do que se trata, e muito menos reproduzir uma das suas letras: o Belém até Morrer é um blog sério e familiar… lol)

Avistámos finalmente o Restelo cerca das 2 horas da madrugada…