Belenenses - Aves: crónica e comentários.
Com esta perspectiva em mente, Jorge Jesus surpreende a generalidade dos associados azuis ao colocar no 11 Garcés em detrimento de Sandro Gaúcho. Retirar o trinco brasileiro significou alterar a estrutura da equipa, circunstância pouco habitual em Jesus.
Não obstante a postura mais ofensiva, o Belenenses entra mal no encontro, facto que se deveu em parte ao forte vento que assolou o estádio do Restelo. Jogando de Norte para sul, o Aves aproveitou as condições atmosféricas e procurou surpreender a defensiva azul.
Assim, com 8 minutos decorridos, o Aves conta com uma boa oportunidade de golo: Paulo Sérgio, pela esquerda, remata cruzado obrigando Marco a esticar-se e a efectuar uma excelente defesa.
O meio-campo azul encontrava-se de alguma forma “partido”, com Ruben Amorim com dificuldades em assumir uma postura mais defensiva e os médios criativos com “pouca” bola.
Quando o jogo se encontrava algo confuso, sem nenhuma das duas equipas a conseguir obter alguma preponderância sobre a outra, surgiu o momento que transfigurou o encontro:
estavam decorridos 17 minutos quando William, pressionado por Silas e Dady, cometendo um erro incrível, perde a bola e permite que o cabo-verdiano inaugure o marcador – 7º golo da temporada para Dady. O golo tranquiliza os azuis, galvaniza quer os jogadores quer o público nas bancadas, transformando-se num tónico para o bom futebol que se segue.
Assim, nem 5 minutos tinham passado quando Zé Pedro rompe pela esquerda, cruza para Dady, que por sua vez – com a baliza na mira – opta por endossar a bola a Garcés. O panamiano remata cruzado mas desperdiça uma excelente oportunidade de golo.
Quase imediatamente Dady introduz novamente a bola no fundo das redes defendidas de Nuno, mas o cabeceamento foi precedido de falta.
Aos 26 minutos ocorre um lance confuso na grande área envolvendo Cândido Costa e Jorge Ribeiro, mas o árbitro opta por não marcar a aparente grande penalidade.
As situações de perigo para a baliza avense sucedem-se, desta feita com Silas a lançar em profundidade Dady e a obrigar Nuno a sair dos postes para pôr cobro ao lance.
Aos 37 minutos é o próprio silas que remata por cima após um cabeceamento para trás de Dady.
O intervalo chega com os azuis a justificar claramente o resultado devido ao que fizeram nos últimos 30 minutos.
No primeiro quarto de hora da segunda parte o cariz do jogo mantêm-se inalterado, com o Belenenses sempre mais próximo do segundo golo do que os avenses do primeiro.
De facto, estava passado um só minuto desde o apito inicial quando Zé Pedro progride com espaço pela esquerda, cruza, desperdiçando Garcés novamente a possibilidade de facturar pela primeira vez na liga. Cinco minutos volvidos, uma jogada ensaiada do Belenenses quase dá golo: na cobrança de um livre descaído na esquerda, Ruben Amorim simula que vai rematar à baliza mas, ao invés, passa a bola a Zé Pedro que obriga Nuno a uma excelente intervenção.
Aos 63 minutos novo golo eminente para os azuis. Novamente Zé Pedro avança pela esquerda e centra para Dady que remata para defesa incompleta do guarda redes avense. Na recarga Dady tenta novamente alvejar a baliza mas, incrivelmente, a bola sai ligeiramente ao lado quando muitos belenenses se preparavam já para festejar o golo.
Quando o relógio marcava os 68 minutos, Jesus procede à primeira alteração no Belenenses, fazendo entrar Sandro no lugar de Garcés, ligeiramente tocado.
Apesar de se ter tratado de um substituição de cariz defensivo, o Belenenses continua mais perigoso e quase imediatamente é retomado o duelo entre Dady e Nuno: o avançado azul remate para golo, mas o guardião avense logra defender o esférico.
O jogo sofre uma acalmia nos minutos que se seguem, e só na recta final do encontro volta a emoção. Já com Roma nas 4 linhas no lugar de Silas, Dady vê-se cara-a-cara com Nuno, mas o cabo-verdiano, isolado, permite a defesa sensacional do melhor jogador avense.
Pouco depois Zé Pedro é substituído por Fernando, mudando a braçadeira de capitão pela terceira vez entre os jogadores azuis.
O jogo termina com um resultado magro mas saboroso.
O Belenenses subia novamente para 4º classificado, posição entretanto recuperada, no Domingo, pelo Braga. Mais importante talvez foi a derrota do Paços e os empates de Nacional e Leiria, resultados que permitiram que os azuis do Restelo se distanciassem do 6º lugar, agora a 5 pontos.
Nota final para os associados azuis. Estes, mais uma vez, abstiveram-se de se deslocar ao estádio do Restelo, sendo uma assistência de cerca de 2.500 espectadores quase insultuosa para a grandeza do nosso clube.
Se nem as vitórias levam os belenenses ao Restelo, nada, dizemos nós, o fará…
Resumo televisivo.
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