Jornal do Belenenses


Já se encontra disponível na Loja Azul o Jornal do Belenenses referente ao mês de Fevereiro - o preço é simbólico: 50 cêntimos .
Para além dos habituais comentários aos últimos jogos das equipas azuis e às diferentes secções do clube, destaque para a homenagem a Carlos da Silva (p.3), e para uma página (a 7) quase exclusivamente dedicada à Fúria azul e à invasão a Setúbal - pela primeira vez o jornal contêm uma proposta de sócio da Fúria que poderá ser recortada, o que nos leva a pensar que se deveriam realizar eleições no clube de seis em seis meses.

Os outros dois grandes destaques do jornal este mês dizem respeito a duas entrevistas. A primeira ao nosso treinador de andebol, prof. João Florêncio, e a segunda ao jogador José Pedro.
A entrevista ao médio azul é muito interessante, nomeadamente por o jogador ter renovado há muito pouco tempo quando alguns pasquins já o davam como certo neste e naquele clube.
À pergunta "Renovou contrato recentemente até 2010. É sinal que acredita no projecto do Belenenses...", José Pedro responde: "Acredito, foi o que disse antes de ter renovado, que queria saber o que Belenenses perspectivava para o futuro. Eu sempre disse que queria saber o que o Belenenses pretendia, e o Belenenses fez-me uma proposta e eu acreditei no que me foi proposto. Não pensando só em termos financeiros, mas sim em que projecto, com quem e para quê. Fico muito feliz por tudo ter corrido bem, foi positivo para ambas as partes e fico feliz por continuar no Restelo, que era também um objectivo que tinha. Acredito no projecto e no que se pretende alcançar até 2010 e espero corresponder da melhor forma ao esperado para ajudar o clube." (aqui o entrevistador perde uma excelente oportunidade de saber que projecto tem o Belenenses - a actual direcção entenda-se - até 2010 e quais as metas propostas...).

Em relação à posição nas 4 linhas em que melhor se sente, o médio azul afirma que "Há muito tempo que o saliento, no Barreirense jogava atrás do ponta-de-lança e foi aí que dei o salto para a 1ª Liga. É aí que me sinto melhor e é também por isso que vou já com 6 golos e é daí que vêm as melhores exibições. Espero ser sempre primeira opção para jogar nessa posição, e estes últimos dois jogos que referi (Gondomar e Benfica, nos quais jogou à esquerda), por exemplo, foram menos felizes em termos individuais. Gosto de ser nº 10 e são essas as minhas características. Se for chamado para outra posição estou disponível, agora rendo mais, pelas minhas características como nº 10. Mas, é claro, primeiro está a equipa."

Questionado sobre o desejo de vencer a Taça de Portugal, José Pedro afirma que "Estaria a mentir se dissesse se não... Já estivemos bem mais longe, ainda não jogámos em casa e temos jogado sempre em campos difíceis... continuamos a acreditar que podemos chegar à final e jogo a jogo vamos estar concentrados para ganhar, com uma motivação extra, porque já estamos perto, falta pouco e queremos que falte ainda menos. Acreditamos que é possível chegar ao Jamor e queremos muito consegui-lo."

Já para o campeonato, o nº 11 é mais contido nas palavras, e afirma que "... a vitória em Setúbal foi importante, deu confiança para encarar o jogo de Odivelas e agora é garantir o mais rápido possível a manutenção, que é o primeiro passo, para depois encarar o campeonato de outra forma... Acreditamos que vamos conseguir rapidamente a manutenção, e depois logo se verá o que dará para fazer no resto do campeonato".

E surge finalmente a pergunta de "1 milhão de dólares": "É inegável que a equipa tem, nesta temporada, uma atitude completamente diferente na abordagem dos jogos. O que motivou essa diferença?" José Pedro responde: "Este ano temos identidade, somos os mesmos jogadores, com alguns reforços, mas temos identidade, temos um treinador que percebe e entende muito bem o jogo, que nos conseguiu transmitir as suas ideias e nós rapidamente percebemos o que ele quer, isso foi importante em termos defensivos e ofensivos, os sectores sabem o que têm a fazer e temos correspondido da melhor forma ao que nos é pedido. Treinamos também muito, por exemplo as bolas paradas, isso é muito importante. E ganhando jogos, é sempre mais fácil, há mais confiança e tudo sai melhor. "

Numa última questão antes de entrar em assuntos mais pessoais da vida do jogador, o entrevistador (Luciano Rodrigues) refere-se ao caso Mateus, e pergunta se o plantel tem "também que mostrar ao país que o que aconteceu foi um acidente e que havia valor para muito mais." "Sim...," responde o jogador azul, "... não caiu bem a muita gente no país ficarmos na Liga Bwin, mas foi feita justiça. No início do campeonato se calhar havia alguma animosidade, mas foi passando. Com as vitórias, também nós deixámos de pensar nisso. Em termos de equipa isso já se diluiu. Temos dado boa resposta e a equipa tem demonstrado que merece estar na Liga Bwin, mas ainda temos campeonato pela frente, queremos dar o nosso melhor e dizer ao país que esta equipa não merecia estar na Liga de Honra, e vamos fazer um final de campeonato em bom nível para o mostrar. Foi um caso de justiça, não temos de o mostrar, mas quem está por fora quer é ver resultados e queremos que o Belém, um grande clube, fique bem visto. Foi feita justiça no Verão, e nós queremos mostrar essa justiça em campo!"