Belém até morrer on tour: setúbal


No Domingo, o dia azul começou bem cedo. Apesar do ponto de encontro ter sido marcado para às 11 horas na estação de entrecampos, foi necessário que alguns furiosos se deslocassem ao Restelo para preparar a logistica da deslocação.
Já com as faixas, bandeiras, estandartes e afins nos carros o curto percurso até à estação foi feito sem novidades, e imediatamente avistámos os primeiros furiosos que por ali se encontravam.
O comboio só partiria cerca das 11h40 mas a espera foi animada, sendo cada vez em maior número os ultras e sócios comuns presentes.



Seriam cerca de 80/90 os belenenses a bordo quando finalmente começamos a percorrer os cerca de 45 quilómetros que nos distanciavam do nosso destino.
Foi em festa, portanto, com cânticos e animação, que o comboio furioso percorreu as primeiras estações ainda antes da ponte, sendo só de estranhar o pouco habitual silêncio do grande Lu, muito quietinho no seu lugar. Que se passaria? Alguns dos presentes avançaram com a hipotese do pequeno almoço não ter sido suficiente liquido, mas parece afinal que o belenense com menos frio do mundo estava com medo de atravessar a ponte 25 de Abril de comboio!
Seja como for, o nevoeiro que se fazia sentir não permitiu ver nada da paisagem...


Na primeira estação da Margem sul, a do Pragal, encontravam-se à espera cerca de 10 ultras, que se juntaram à festa azul.
Enquanto toda a gente cantava nos dois andares da carruagem, o skyter, que agora pensa que é freak, andava entre o pessoal a fazer malabarismos com três bolas (com as minhas, que são só duas, penso que te safavas melhor) e o Tiago do núcleo do caramão da ajuda (sempre em grande como habitualmente) mostrava ao pessoal um "livro" do Kamasutra com uma surpresa muito especial (e fálica) no interior.


Cerca das 12h30, chegámos finalmente a setúbal, sendo grande a animação dos furiosos na estação. Entre cânticos, alguns ultras tiveram que se aliviar imediatamente - foi, evidentemente, uma viagem bem regada - quase no meio da linha, enquanto alguns dos restantes se divertiam a arremeçar-lhes pedras.


De seguida, os primeiros vestigios, as primeiras ondas se se quiser, do tsunami azul desaguaram através das ruas da cidade, sendo impressionante o cortejo furioso na avenida que ligava a estação ao estádio do Bonfim.
Lá chegados, encontrámos com prazer os amigos e ultras vitorianos do VIII Exército, iniciando-se a grande almoçarada-convívio que se prolongaria quase até à hora do jogo.


Com bifanas à descrição (pela módica quantia de 2 euros), e com cerveja a 50 cêntimos a festa estava assegurada, sendo excelentes os momentos passados por todos os presentes. A amizade entre a Fúria Azul e o VIII Exército é cada vez maior, e todos os furiosos ficaram sensibilizados pela forma como foram recebidos. MUITO OBRIGADO A TODOS!!!


Foi portanto entre amigos, comes, bebes, cânticos e pontapés na bola que o início da tarde foi passado. Com o aproximar da hora do início do jogo, foi-se tornando evidente que a prometida invasão azul a setúbal iria mesmo acontecer.
Eram às centenas e centenas os belenenses que se encontravam nas proximidades do estádio, e a fila para entrar na bancada visitante chegou a ter várias dezenas de metros.


Chegados os restantes furiosos (entre eles o grande núcleo furioso de Ovar) que optaram por fazer a viagem de carro, a entrada no estádio foi grandiosa, sendo impossível a qualquer belenense não se sentir emocionado face ao mar azul que pintava a bancada com as nossas cores!
Diria serem cerca de 1000 a 1200 os belenenses presentes, enchendo quase três quartos da bancada superior sul do Bonfim. Lindo! À antiga!!!


O jogo começou com alguma preponderância sadina, mas foi sol de pouca dura.
O meio azul, com destaque para o jovem estreante Mano, começou a tomar conta das operações, sendo igualmente importante o aumentar do poder fisico na frente com a inclusão de Garcés a titular. Foi precisamente num lance em que este factor foi decisivo que aconteceu o golo azul. Costinha chuta com força para o meio campo adversário, Garcés ganha nas alturas a um dos centrais sadinos, enquanto Dady ultrapassa em velocidade o outro central (Hugo) e bate isolado o desamparado guardião local.
Primeira explosão de alegria na bancada azul, onde imperou, nos restantes 80 minutos, sobretudo nervosismo. Apesar da enchente, o apoio real, os cânticos da bancada para as 4 linhas, não foram proporcionais ao número de belenenses e furiosos presentes, não se repetindo a "loucura" de Gondomar. Excepção talvez nos últimos minutos do jogo e já após o término deste (na festa com os jogadores), quando finalmente todos cantaram em unissono Belém, Belém, Belém...
De resto, o jogo não foi bom. Muito longe disso. Foi sempre um encontro muito fisico e combativo, o que se reflectiu negativamente na qualidade técnica do mesmo. Quase fez lembrar aqueles tipicos jogos de final de época, em que uma das equipas está em perigo de descer de divisão e corre, corre e corre mas sem jogar bem; mais: não deixa a outra equipa, mais tranquila, jogar bem.


Mas tudo isto são já simples memórias. O que era verdadeiramente importante, os três pontos entenda-se, foram garantidos, e os clubes que lutam connosco pelo quinto lugar da classificação (nós, pelo menos, temos esta ambição na mente) perderam ou empataram.
Por outro lado, parece-nos evidente que o nosso clube está a renascer em termos humanos, sendo uma novidade - nos últimos anos pelo menos - o entusiasmo que os sócios e adeptos belenenses denotam possuir em relação ao clube da cruz de cristo.

Finalmente, após o término do jogo, houve ainda tempo para uma dezena de furiosos, os mais resistentes, ou se quiserem, os melhor bebidos (ou com mais sede), ir ingerir as últimas cervejas com os ultras locais.

No próximo Sábado, em Odivelas, há mais!
Encontramo-nos lá...