Belém até Morrer on tour: Figueira da Foz.


O dia começou cedo para alguns furiosos. Nem os 2000 quilómetros a realizar em 10 dias assustaram os ultras... Assim, cerca do meio-dia, alguns elementos da Fúria Azul mais corajosos apareceram no Restelo para assistir o jogo de rugby entre o Belenenses e o CDUL - derrota por 27:32.
Tendo sido a saída combinada para as 16 horas, a maior parte do pessoal começou a aparecer a partir das 15 horas, e aproveitaram para ingerir uma sobremesa liquida (se é que me entendem...). Quando a hora da partida finalmente chegou, uma surpresa e um facto habitual surgiram: a surpresa foi que o bus não estava a cair de podre como de costume (finalmente!), e o habitual foi que faltava pessoal. Desta vez, todavia, ninguém se atrasou, havendo desculpa para não sair a horas - apesar da viagem ser curta a sede era muita, e alguns furiosos foram-se abastecer ao Pingo Doce. Entretanto, decorria o jogo de juniores entre o Belém e o Portimonense, aproveitando os furiosos para brindar o guarda-redes marafado através de elogios a sua mãe. O pobre coitado (vá lá que não sofreu golos - 0:0) teve alguns minutos de sossego quando o grande lou chegou. A chegada do emplastro azul é sempre divertida - ou chega semi-nu, ou de garrafão de 5 litros, etc - mas desta vez superou-se a ele próprio. Vinha de calções e... completamente mijado!!! Tudo a rir! O que se passou? Parece que o Lou ingeriu - como sempre - um almoço essencialmente liquido, e teve uma súbita vontade de vazar a bexiga. Acontece que estava em plena rua e no acto foi interrompido por alguém (um polícia?) e que não conseguiu guardar o material a tempo...!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Vendo o Lou molhado, o Ruizinho da Amadora proibiu-o de se sentar nos bancos do bus, e o Lou, lixado da vida, foi-se embora a pé com uma mancha enorme nos calções. Cerca de 15 minutos volvidos, o bus finalmente arrancou (com 45 ultras a bordo), e já fora do Estádio do Restelo alguém avistou o Lou a correr, gesticulando, atrás do mesmo. Parámos, e surpresa das surpresas, o Lou vinha já com outros calções, desta feita secos. Onde ele os arranjou ninguém sabe...


Com todas estas aventuras, eram já 16h45 quando finalmente nos fizemos à estrada.
A viagem correr sem novidades, o trânsito na A8 não era muito e o Bus não aparentava vir a ter problemas mecânicos como havia sucedido nas últimas viagens.
Percorridos cerca de 80 ou 90 quilómetros, as bexigas furiosas começaram a dar de si - porque terá sido? - e efectuamos a primeira paragem do dia numa estação de serviço.



Já mais aliviados, os furiosos comeram algo, desentorpeceram as pernas, e reabasteceram o bus com mais alimentos líquidos porque a sede era ainda muita. Antes de arrancarmos novamente, houve ainda oportunidade de confraternizar um pouco com os belenenses da Margem Sul (Costa de Caparica e Trafaria) cujo bus entretanto chegou.

E lá partimos novamente, sempre em festa.
Os restantes quilómetros até à Figueira foram percorridos sem grande novidade, tendo todavia o bus furioso que efectuar nova paragem logo após passarmos Leiria: as bexigas tiveram que ser novamente vazadas, necessidade fisiológica cumprida contra o muro de uma bomba de gasolina e com alguns PSP´s, também ali parados, a assistir.

Conclusão de tantos atrasos e paragens, o bus da Fúria só chegou ao estádio da naval – juntamente com o bus da Costa e a polícia, que insistiu em nos acompanhar logo a seguir a ponte daquela cidade – 15 minutos antes do jogo começar. Nada de grave…

Foram cerca de 50/60 (200 belenenses no total) os ultras que brindaram a entrada em campo dos Azuis do Restelo abrindo estandartes, bandeiras e alguns potes de fumo.









Se a festa e os cânticos já se tinham instalado mesmo antes do início do jogo, uma e outros redobraram quando surgiu o primeiro golo: não tinha passado ainda um minuto de jogo, quando Nivaldo, depois de um canto excelentemente marcado da esquerda por Zé Pedro, cabeceou, sozinho, para o fundo das redes. Delírio nas hostes belenenses.



Nuns primeiros 20/25 minutos loucos, à campeão diria mesmo, os jogadores azuis deslumbraram todos os que assistiram ao jogo, e foi sem surpresa que o segundo golo aconteceu, desta feita depois de um roubo de bola na esquerda.
O guarda-redes local, Taborda, deve ter sonhado à noite com o Higuita e, inspirado, tentou fitar o Eliseu junto à linha lateral. Resultado: perdeu a bola e viu Eliseu centrar com precisão para um golo fácil de Dady. Loucura na bancada furiosa…



Estavam somente decorridos 10 minutos de jogo, mas os azuis não abrandaram o ritmo, continuando a empurrar os da casa para junto da sua área defensiva. Com um meio-campo desfalcado com a ausência de Silas, Jesus apostou em três setas velocíssimas apontadas a baliza da naval – Eliseu, Dady e Garcés – e num jogo mais directo. Assim, ao contrário do habitual jogo azul de passe curto a meio-campo, a aposta foi nos passes compridos, em profundidade, tendo sempre Garcés como referência. Uma e outra vez, mesmo nos pontapés de baliza, sucedeu ser a bola dirigida para a zona de acção do panamiano, ganhando este o lance aéreo. A estratégia azul ditou ainda que Dady se encontrasse, nestes lances pelo ar, quer à direita quer à esquerda, alguns metros na dianteira e pronto para receber as bolas ganhas no ar por Garcés. Deslocando-se um dos centrais atrás do panamiamo, sobrava outro para Dady, o que significou muitas vezes situações de 1 para 1.

Para além de tudo, a mobilidade e constante troca de posições dos dianteiros azuis confundiram as marcações aos da casa, sobretudo perto da área, até mesmo porque a Naval apostou no pressing a meio-campo, e a bola quase sempre sobrevoou aquela zona do campo.


Terceiro factor importante na primeira meia-hora de jogo foram as bolas paradas. Cantos e livres, sempre muito bem executados por Zé Pedro, sobretudo da esquerda do ataque azul. Resultado: duas bolas no fundo da rede navalista, e outras quantas ficaram por entrar quando parecia ser impossível o terceiro golo azul não acontecer.



Mas a fartura, como tantas vezes acontece, foi demasiada e não sucedeu o terceiro golo azul. Ao invés, foi a Naval, contra a corrente do jogo, a marcar. E o jogo foi outro a partir desse momento…
Logo nos restantes minutos da primeira parte os da casa subiram no terreno, e criaram alguns lances perigosos, sendo o belenenses incapaz de criar de perigo.

Todavia, o pior surgiria no início da segunda metade. Mantendo a dinâmica dos últimos minutos da 1ª parte, a naval carregou sobre a nossa área, logrando empatar com somente 10 minutos decorridos. Todos os belenenses presentes anteviram o pior, e o cariz do jogo indicava efectivamente que os azuis teriam muitas dificuldades em dar a volta por cima. A naval continuou mais pressionante, o belenenses foi incapaz a armar ataques minimamente consistentes.

Foi o pior período do jogo, com a Naval a atacar mas sem criar perigo, e o Belenenses remetido à sua defesa.
Quando o empate já se perspectivava – embora faltassem ainda 15 minutos de jogo – sucedeu o golo azul quando nada o fazia esperar – isto apesar da entrada em campo de Rubem Amorim ter sido importante.
Novamente a bola foi endossada da esquerda, e, aproveitando a passividade da defesa da casa, lesta em afastá-la, Zé Pedro (até então “fora de jogo”, se exceptuarmos as bolas paradas) aproveita e remata rasteiro para o golo da vitória. A animação regressou em força ao sector furioso, e até ao fim foi um festival ultra – até ao terceiro golo os cânticos furiosos nunca se tinham deixado de ouvir, embora o seu volume decibélico fosse muito aquém do possível, ou seja, metade do pessoal limitou-se a ver o jogo. Depois do golo, e com todos a cantar, foi um autêntico festival…


Nas 4 linhas linhas, os minutos restantes passaram sem grandes perturbações, visto ter a Naval acusado muito o terceiro golo azul. Os azuis do Restelo tiveram então mais posse de bola a meio campo, embora sem que este facto representasse verdadeiras oportunidades de golo. Perto do fim, um ou 2 lances perigosos, fruto de bolas pelo ar, com Costinha a vê-las passar. O guarda redes azul teve sempre muitas dificuldades aquando dos cruzamentos aéreos, tendo tido a felicidade de nenhum dos seus falhanços ter resultado em golo.



Resumindo: vitória justa dos azuis devido a excelente meia-hora inicial, embora o golo da vitória propriamente dito ter “caído do céu…”.

Boa prestação da Fúria Azul em termos gerais, sobretudo devido aos fortes cânticos nos minutos que se seguiram aos golos azuis. 30 minutos, todavia, depois do 1:2 e até ao 2:3, mais fracos, o que não pode acontecer. Independentemente do que se passa nas 4 linhas, todos os ultras presentes têm de dar tudo, ir roucos para casa: não pode ser de outra
forma…







Regresso a Lisboa sem novidades, ou seja, sempre em festa.
Excelente video de 4 minutos disponível em www.faajuda84.blogspot.com. É só clicar...

Obrigado ao Naftas pelas fotos.